Cada pessoa sofre crises asmáticas por motivos diferentes. Por isso, é importante investigar o que causa seus ataques de asma, e tentar reduzir a exposição a esses agentes, além de buscar tratamentos mais adequados. Os gatilhos mais comuns da asma são:
1. Substâncias e agentes alérgenos
Cerca de 80% das pessoas com asma sofrem crises quando expostas a alguma substância transportada pelo ar, como:
- Ácaros e poeira
- Poluição
- Pólen
- Mofo
- Pelos de animais
- Fumaça de cigarro
- Partículas de insetos
- Substâncias químicas como tinta, desinfetantes e produtos de limpeza também podem desencadear uma crise. Quando aspirados, esses agentes irritam os brônquios, levando a uma crise.
Infecções virais, como o resfriado comum ou a gripe, também constituem causa importante para o desencadeamento de uma crise de asma.
2. Alimentação
Alergias alimentares podem causar crises de asma. Os alimentos mais comuns associados com sintomas alérgicos são:
- Ovos
- Leite de vaca
- Amendoins
- Soja
- Trigo
- Peixe
- Camarão e outros crustáceos
- Saladas e frutas frescas
Alguns conservantes e aditivos acrescentados nos alimentos industrializados também podem desencadear uma crise de asma.
3. Asma induzida por exercício
Muitas pessoas com asma experimentam algum grau de sintomas ao praticar atividade física. Neste caso, o estreitamento das vias aéreas tem um pico de cinco a vinte minutos após o exercício começar, o que dificulta a retomada do fôlego.
Um médico pode lhe dizer se você precisa usar um broncodilatador antes do exercício, para evitar os sintomas incômodos. Quem apresenta essa forma de asma não pode esquecer de tomar a medicação prescrita antes da atividade física.
4. Asma ocupacional
É muito comum em pessoas que trabalham em usinas ou são expostas a agentes químicos, tinturas e agrotóxicos. Com este tipo de asma, você pode ter dificuldade em respirar, além de sofrer outros sintomas de asma apenas nos dias em que você está no trabalho.
Muitas pessoas com este tipo de asma sofrem com sintomas de rinite alérgica ou alergia de pele, como:
Outros trabalhos comuns associados com a asma ocupacional incluem criadores de animais, veterinários, agricultores, cabeleireiros, enfermeiros, pintores e marceneiros.
- Nariz escorrendo
- Congestão
- Irritação nos olhos
- Tosse
- Chiado no peito
5. Asma noturna
Se você tem asma, as chances de sofrer uma crise são mais elevadas durante o sono, porque a asma pode ser influenciada pelo ritmo circadiano (ciclo biológico que regula as funções do nosso corpo, geralmente de acordo com a luz do sol).
Acredita-se que a asma noturna acontece devido ao aumento da exposição aos alérgenos, ao resfriamento das vias aéreas, a posição reclinada, favorecendo refluxo gastroesofágico, ou associada ao ronco e apneia do sono.
6. Mudanças de temperatura
O choque de temperaturas é uma mudança bastante agressiva para quem tem as vias respiratórias mais sensíveis. Além das crises de asma, é comum haver piora de rinite ou tosse.
A mudança do calor para o frio pode desencadear uma resposta na mucosa brônquica que, por meio de estímulos nos receptores nervosos de temperatura, acaba desencadeando uma crise.
7. Medicamentos
Medicamentos anti-inflamatórios não hormonais - como o ácido acetilsalicílico, o diclofenaco e o ibuprofeno - podem desencadear crises de asma. Isso acontece porque esses remédios inibem uma via de inflamação, mas sobrecarregam outra, que tem forte relação com a crise asmática em quem sofre da doença.
8. Problemas de saúde
Uma variedade de doenças pode causar alguns dos mesmos sintomas da asma. Por exemplo, a asma cardíaca é uma espécie de falha do coração em que os sintomas podem imitar alguns dos presentes na asma regular.
Algumas anomalias nas cordas vocais podem provocar um chiado no peito, que é muitas vezes confundido com a asma. Alterações na deglutição (ato de engolir), ronco, apneia do sono, tumores pulmonares e embolia pulmonar também provocam sintomas semelhantes, e devem ser investigados.
Fatores de risco
Histórico familiar
A asma é uma doença que tem em seu bojo características genéticas. Pessoas com casos de alergias na família tem uma predisposição genética para desenvolver quadros alérgicos no geral, como a rinite alérgica e asma.
Histórico de alergias
A asma é uma doença caracterizada pela presença de uma reação exagerada das vias aéreas, ou seja, por um mecanismo de defesa aumentado. Esse é o pano de fundo em outras alergias, de respiratórias a cutâneas.
Dessa forma, uma pessoa que tenha algum tipo de alergia tem uma maior predisposição a ter outros tipos, dentre eles a asma, uma vez que seu corpo tende a reagir de forma excessiva aos estímulos externos.
Obesidade
As pessoas com obesidade têm maior risco de asma. Isto ocorre porque a obesidade desencadeia uma série de processos inflamatórios - e a asma nada mais é do que um processo inflamatório em nossos brônquios.
A obesidade é uma "facilitadora" desse processo. O tratamento da asma no paciente obeso é mais difícil. Perder peso pode fazer a asma sumir da sua vida.
Baixo peso ao nascer e hábitos da gravidez
Os bebês filhos de mães tabagistas têm menor peso, devido aos infartos que o cigarro causa na placenta, dificultando a nutrição do bebê durante a vida intrauterina. Apesar de alguma controvérsia, existe uma relação entre baixo peso ao nascer e asma até os cinco anos de idade.
Isso acontece porque o pulmão só se forma plenamente no fim de gestação. Por isso, o bebê prematuro tem mais risco de ter quadros inflamatórios no pulmão.
É importante ressaltar que só podemos dizer que uma criança é asmática após os dois anos de vida. Antes disso ela é um bebê chiador. Em resumo, mães que fumam na gestação ou tem forte contato com fumaça podem facilitar o desenvolvimento da asma nos filhos.
Algumas condições durante a gestação aumentam o risco do bebê ter alergia, como dormir mal, transtorno de ansiedade e depressão.
Refluxo gastroesofágico
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição na qual o conteúdo do estômago vaza em direção contrária para o esôfago. Essa ação irrita o esôfago, causando azia e outros sintomas.
Se for aspirado, o conteúdo do refluxo gastroesofágico pode ir parar dentro dos pulmões. Isso pode desencadear uma inflamação e favorecer quadros como pneumonia, bronquite e asma. Muitos asmáticos só atingem o controle da doença quando tratam adequadamente o refluxo, seja com medicamentos ou cirurgia.