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Hoje o Cliquefarma vem trazendo aos leitores um assunto de grande importância que tem a ver com alimentação. O Índice Glicêmico (IG). Você sabe o que é? Para que ele serve? Como é a tabela dos alimentos? E a diferença entre índice e carga glicêmica? Vamos te responder tudo isso agora mesmo! Confira o artigo completo!

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O que é índice glicêmico?

Índice glicêmico mede o tempo que o carboidrato de um alimento demora para ser absorvido pelo intestino. Quanto mais rápida essa absorção, maior a capacidade desse alimento de gerar picos de insulina no organismo.

 

A insulina é o hormônio que coloca a glicose (produto dos carboidratos) para dentro das células, onde elas participam dos processos de produção de energia. No entanto, quando esse hormônio está em quantidades muito altas no corpo, pode causar problemas como:

 

  • Depósito de gordura abdominal: afinal a glicose que não é utilizada pelas células imediatamente será armazenada como depósito de energia, ou seja, como tecido adiposo.
  • Pré-diabetes: quanto mais insulina o corpo produz, mais os órgãos começam a se tornar resistentes a ela, ou seja, solicitam que mais desse hormônio seja utilizado para colocar a glicose dentro de suas células. Esse quadro se chama resistência à insulina, e conforme vai se agravando, resulta na diabetes tipo 2, quanto o hormônio produzido pelo corpo não é suficiente mais para absorver todo o açúcar no sangue

 

Portanto, alimentos de baixo índice glicêmico podem ser interessantes tanto para quem tem diabetes ou pré-diabetes, quanto para quem busca emagrecimento.

Medidas do índice glicêmico

O índice glicêmico de um alimento é medido em comparação com algum alimento, normalmente o pão. O cálculo é feito em laboratório: os cientistas dão um pão a um paciente e observam quanto tempo ele demora para absorver esses carboidratos. 

 

A partir dessa medida padrão, o tempo de absorção de outros alimentos é medido e sua gradação é dada conforme a referência do pão.

 

O índice glicêmico pode ser classificado como baixo, médio e alto. Essa medida pode aparecer na tabela com números. Normalmente eles indicam:

 

  • IG baixo: menor do que 50
  • IG médio: entre 50 e 70
  • IG alto: acima de 70

 

Quanto maior o índice glicêmico de um alimento, em menor quantidade ele deve ser consumido, justamente para evitar picos de insulina.

Alimentos com baixo índice glicêmico

Alimentos com baixo índice glicêmico não são sempre aqueles que têm baixa quantidade de carboidratos. Muitas vezes um alimento pode ter uma quantidade considerável desse macronutriente, mas tem outros elementos que fazem com que sua absorção seja mais lenta:

 

Alta quantidade de proteínas e gorduras: Os macronutrientes competem entre si para serem absorvidos no intestino, portanto se um alimento é rico em carboidratos, mas tem bastante proteína ou gordura, demorará mais tempo para ser absorvido completamente.

 

Um bom exemplo é o leite, que apesar de ter lactose, suas altas quantidades de gordura e proteína o tornam um alimento com índice glicêmico baixo.

 

Boa quantidade de fibras: As fibras solúveis têm uma característica muito importante, ela cria uma barreira no bolo alimentar, que torna a liberação da glicose na corrente sanguínea muito mais lenta: é mais difícil para essa glicose passar por essa barreira e ser absorvida pelo organismo.

 

Entre os alimentos com baixo índice glicêmico estão as verduras, as oleaginosas, o leite e seus derivados e algumas frutas, principalmente quando consumidas com casca.

Alimentos de alto índice glicêmico

Já os alimentos com alto índice glicêmico costumam ser pobres em fibras e ter a maior parte de sua constituição formada por carboidratos. Um exemplo são o arroz refinado, os derivados da farinha de trigo e o açúcar refinado. Esse tipo de alimento, ao chegar no intestino, tem a glicose quebrada e absorvida muito rapidamente.

 

Veja outros alimentos com alto índice glicêmico:

  • Tapioca: Ela é feita apenas com o amido da mandioca, portanto é rica em carboidratos e precisa ser consumida junto com uma proteína ou uma fibra.
  • Sucos: Principalmente quando coados, eles se tornam pura frutose, que também é um carboidrato. Além disso, o suco é feito com uma quantidade de frutas maior e é tomado com mais facilidade em maiores quantidades.

Como reduzir o índice glicêmico de um alimento?

Mais importante do que o índice glicêmico de um alimento é levar em conta o índice glicêmico da sua refeição inteira. Portanto, se você quer comer um carboidrato na refeição, considere as seguintes mudanças:

 

Prefira os tipos integrais: Eles têm muito mais fibras em sua composição, portanto, o índice glicêmico tende a ser menor.

Escolha alimentos fibrosos: Uma salada de folhas ou uma aveia em cima da fruta podem alterar bastante o índice glicêmico da sua refeição. Isso porque esses alimentos são ricos em fibras e pobres em carboidratos. Durante a digestão, as fibras dele também retardam a absorção dos outros carboidratos em seu prato. 

 

A dupla arroz com feijão é um exemplo disso: a alta quantidade de fibras e de proteínas deste alimento o ajudam a compensar o índice glicêmico alto do arroz.

Índice glicêmico x Carga glicêmica

É preciso ressaltar que o índice glicêmico mede apenas a qualidade do carboidrato, ou seja, se ele é de rápida ou lenta absorção. Uma outra medida, chamada carga glicêmica, é importante para o cálculo de quanto carboidrato cada alimento traz em cada porção consumida. E quando um alimento tem uma carga glicêmica alta, ele vai demandar ainda mais insulina para que essa glicose seja utilizada, o que pode ser ruim mesmo que ela seja liberada de forma mais lenta.

 

As duas medidas são importantes para quem não pode consumir muitos carboidratos. Afinal, um alimento com índice glicêmico alto, mas que possui carga glicêmica baixa, é menos nocivo à saúde. Um exemplo é a melancia, que tem um índice glicêmico médio, mas por ter poucos carboidratos, não traz picos muito altos de glicose.

 

Para pessoas com diabetes, as duas medidas devem ser levadas em conta na hora de se alimentar, para conseguir alimentos com o melhor perfil glicêmico.

 

Quem precisa conhecer o índice glicêmico?

Diabéticos: O índice glicêmico é muito utilizado por pessoas que têm diabetes. Nesse quadro, a insulina produzida pelo pâncreas não dá conta de colocar toda a glicose na corrente sanguínea para dentro das células, o que resulta em uma quantidade alta de glicose circulando no sangue. 

 

Para pessoas com essa condição, quanto mais rápida a liberação de açúcar de um alimento, maior a chance de a insulina produzida pelo pâncreas não dar conta de sua utilização. Além disso, o órgão acaba sendo superestimulado.

 

Pessoas que querem emagrecer: O índice glicêmico é um aliado de quem quer emagrecer, já que ele ajuda a pessoa a calcular o carboidrato que ela conseguirá gastar. Quando carboidratos de alto índice glicêmico são consumidos, o açúcar é liberado muito rapidamente no sangue e as células não conseguem usar toda essa quantidade. A glicose não utilizada é estocada em forma de gordura, tudo o que uma pessoa que busca emagrecer não quer.

 

Atletas: Quem tem picos de alto gasto de energia, como os atletas, é importante conhecer quais são os alimentos de alto índice glicêmico, já que consumi-los antes de uma competição ou exercício extenuante ajuda a ter a energia necessária para esse esforço. Afinal, quando uma pessoa se expõe a uma atividade que requer grande quantidade de energia, o organismo precisa que a glicose chegue mais rapidamente às células, já que ela será usada muito mais vezes.

 

Pessoas com hipoglicemia reativa: Nesse quadro a pessoa utiliza a glicose mais rápido do que o normal. Ou seja, mesmo depois de consumir uma quantidade grande de carboidratos, ela pode ter uma queda na quantidade de açúcar no sangue de 30 minutos até três horas após a refeição.

Tabela de índice glicêmico

Não é fácil decorar o índice glicêmico de todos os alimentos. Para ajudar, veja o índice e a carga glicêmica de alguns alimentos chave nessa tabela da Universidade de Harvard (Estados Unidos).

índice glicêmico 1

Índice glicêmico dos pães

Alimento Porção IG CG
Pão branco 30 g 71 10
Pão integral 30 g 71 9
Bagel 70 g 72 25
Baguete 30 g 95 15
Pão de hambúrguer 30 g 61 9
Pão pita branco 30 g 68 10
Waffles 35 g 76 10

Índice glicêmico das massas

Alimento Porção IG CG
Fettuccine 180 g 32 15
Espaguete cozido 180 g 46 22
Espaguete integral cozido 180 g 42 17

Índice glicêmico de lanchinhos

Alimento Porção IG CG
Salgadinho de milho 50 g 42 11
Pipoca de microondas 20 g 55 6
Batata chips 50 g 51 12
Pretzels 30 g 83 16

Índice glicêmico dos cereais

Alimento Porção IG CG
Aveia 250 g 55 13
Cevadinha 150 g 28 12
Cuscuz 150 g 65 9
Quinoa 150 g 53 13
Arroz branco 150 g 89 43
Arroz integral 150 g 50 16

Índice glicêmico de leite e derivados

Alimento Porção IG CG
Sorvete 50 g 57 6
Leite integral 250 mL 41 5
Leite desnatado 250 mL 32 4
Iogurte com menos gordura e fruta 200 g 33 11

Índice glicêmico das frutas

Alimento Porção IG CG
Maçã 120 g 39 6
Banana 120 g 62 16
Tâmara passa 60 g 42 18
Uva 120 g 59 11
Laranja 120 g 40 4
Pêssego 120 g 42 5
Pêssego em calda 120 g 40 5
Pera 120 g 38 4
Pera em calda 120 g 43 5
Ameixa seca 60 g 29 10
Uva passa 60 g 64 28
Melancia 120 g 72 4

Índice glicêmico das leguminosas

Alimento Porção IG CG
Feijão carioca 150 g 40 6
Feijão fradinho 150 g 33 10
Feijão preto 150 g 30 7
Grão de bico 150 g 10 3
Feijão branco 150 g 31 9
Lentilha 150 g 29 5
Soja 150 g 15 1

Índice glicêmico dos vegetais

Alimento Porção IG CG
Ervilhas 80 g 51 4
Cenoura 80 g 35 2
Batata inglesa cozida 150 g 82 21
Purê de batata inglesa 150 g 87 17
Batata doce 150 g 70 22
Inhame 150 g 54 20

Índice glicêmico das oleaginosas

Alimento Porção IG CG
Castanha de caju 50 g 27 3
Amendoim 50 g 7 0

Índice glicêmico das bebidas

Alimento Porção IG CG
Coca-cola 250 mL 63 16
Fanta 250 mL 68 23
Suco de maçã 250 mL 44 30
Suco de cramberry 250 mL 68 24
Gatorade 250 mL 78 12
Suco de laranja sem açúcar 250 mL 50 12

Índice glicêmico de outros alimentos

Alimento Porção IG CG
Húmus 30 g 6 0
Nuggets assados no microondas 100 g 46 7
Pizza de queijo 100 g 80 22
Mel 25 g 61 12

 

Valores retirados da tabela do site da Universidade de Harvard.

Cuidados com o IG para quem é diabético

Quem tem diabetes precisa atentar para o índice glicêmico. Estudos demonstram que a maioria dos pacientes com diabetes não controla a alimentação de acordo com o índice glicêmico, o que aumento o risco de complicações graves.

 

Fazer o controle do diabetes não é difícil. Basta realizar o exame conhecido como “ponta de dedo”, que consiste em extrair uma gota de sangue do dedo do paciente com um aparelho eletrônico medidor de glicose. 

 

Em questão de segundos, obtém-se o valor da glicemia, medida de concentração de glicose no sangue a partir da qual é possível monitorar o consumo dos carboidratos (alimentos ricos em açúcar) de acordo com os IGs (Índices Glicêmicos — velocidade com que o açúcar ingerido vai parar na corrente sanguínea) de cada alimento. 

 

Ainda assim, seguir e regular corretamente esse processo é uma das maiores dificuldades encontradas pelos 12 milhões de brasileiros que têm a doença. “Há grande resistência por parte dos pacientes em incluir o controle dos índices glicêmicos nas atividades diárias. 

 

Cerca de 75% não seguem corretamente as recomendações. Isso acontece por inúmeros fatores, sendo que os principais são falta de adaptação, confusão na hora de calcular a glicemia ou negação da doença. O papel do médico, que tem responsabilidade de explicar e alertar o paciente, é fundamental nesse momento”, explica a endocrinologista Denise Reis Franco, membro da diretoria da Associação de Diabetes Juvenil.

 

Por meio desses índices, o paciente consegue calcular quanto e que tipo de carboidratos  pode consumir ao longo do dia. A terapia de cada paciente com diabetes precisa ser individualizada, mas em geral a glicemia deve estar entre 70 mg e 150 mg.

 

Estima-se que 53% dos pacientes com diabetes tenham complicações por não monitorar corretamente os índices glicêmicos. Quando não controlada, a taxa de açúcar elevada pode favorecer o surgimento dos problemas inerentes à doença. “Entre os riscos mais graves, temos alterações na visão, problemas cardiovasculares, AVC (acidente vascular cerebral) e problemas renais”, explica a dra. Denise. 

 

Os que não possuem o aparelho de monitoramento em casa podem recorrer a qualquer unidade do SUS e realizar o exame gratuitamente.

 Cuidado com o índice glicêmico

Tendo em vista que os carboidratos (como pães, massas e arroz) totalizam de 40% a 70% de toda a alimentação diária do brasileiro e que possuem alta taxa de açúcar, é necessário que os portadores de diabetes fiquem atentos ao índice glicêmico de cada um dos alimentos dessas categorias.

 

O pâncreas dos pacientes de diabetes não secreta a quantidade adequada ou simplesmente não secreta o hormônio insulina, que controla os índices de glicose no sangue. Se o paciente não receber a injeção de insulina para suprir essa deficiência, ao consumir alimentos com alto IG ele pode sofrer picos elevados de açúcar no sangue, o que com o tempo abre caminho para complicações no coração e na circulação do paciente. Em alguns casos, como o do diabetes tipo 1, é preciso monitorar os IGs antes de cada refeição

 

Como entendemos até agora, os IGs dos alimentos são classificados pela velocidade com que caem na corrente sanguínea. Os que são absorvidos mais rápido têm IG acima de 70. Os digeridos mais lentamente têm índices menores que 45. Quanto mais lentamente são absorvidos, menores os picos de açúcar no sangue.

 

As pessoas com diabetes precisam dar preferência aos alimentos com IG menor que 45, mas isso não significa que elas não possam consumir alimentos com índices entre 45 a 90. A nutricionista Anita Sachs explica que não há alimento proibido na dieta do portador de diabetes, apenas restrições de quantidade. “Os alimentos com índices glicêmicos um pouco mais elevados devem ser ingeridos de maneira moderada, sem exageros. Antes de consumi-los, é importante calcular o quanto ainda se pode ingerir naquele momento.” 

 

Esse cálculo é individualizado e varia de acordo com peso, altura e sexo do paciente. 

Os indivíduos com diabetes também devem tomar cuidado com alimentos que geralmente são tidos como saudáveis, como frutas e legumes. Para isso, é importante consultarem aquela tabela que disponibilizamos logo acima.

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Responsabilidade Editorial

Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. PROCURE UM MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.

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