Excesso de telas na infância: mitos e verdades

Excesso de telas: Imagem de Freepik.

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O uso excessivo de telas pode causar impactos ao desenvolvimento das crianças? Saiba mais no artigo a seguir.

O que é tempo de tela?

Tempo de tela é a quantidade de horas que ficamos expostos ao uso de dispositivos com telas como televisão, smartphone, tablet, videogame e computador. Atualmente, é incentivado que esse tempo seja limitado em crianças e adolescentes (e até mesmo em adultos), devido às consequências do uso excessivo.

O limite de tempo de tela para crianças é sempre igual? MITO

  • Até os 2 anos de idade o ideal é que a criança não seja exposta a telas, exceto para vídeo chamadas com familiares, por exemplo.
  • Entre 2 e 5 anos: até 1 hora por dia
  • Entre 6 e 10 anos: 1 a 2 horas por dia
  • Entre 11 e 18 anos: Entre 2 e 3 horas por dia

O uso excessivo de telas pode levar a obesidade? VERDADE

Durante o tempo em que estamos fazendo uso de telas, normalmente apresentamos comportamento sedentário. Isso faz com que a pessoa fique menos ativa fisicamente, o que pode contribuir para o ganho de peso e obesidade. É importante incentivar que a criança brinque mais ativamente e pratique esportes.

O uso excessivo de telas pode atrapalhar o desenvolvimento das crianças? VERDADE

Para o desenvolvimento adequado, as crianças necessitam de interação social com a família e amigos, o que ocorre menos com o uso de telas pelas crianças e pelos adultos.

O olhar e o toque dos familiares, o aconchego, contato com texturas, cheiros e sons diferentes faz parte dos estímulos necessários para o desenvolvimento neurológico nos primeiros anos.

A exposição excessiva a telas de forma passiva pode contribuir para atraso no desenvolvimento de comportamento, de fala, mental e de socialização da criança. O ideal é trocar as telas por brincadeiras com interação social e física.

O uso exagerado de telas pode levar a problemas de saúde mental? VERDADE

Já foi observado o aumento de problemas de saúde mental como ansiedade, depressão e isolamento social relacionados ao uso de telas, não só em crianças, mas também em adultos.

O uso de telas é um excelente recurso para acalmar bebês? MITO

É tentador usar as telas para acalmar e distrair crianças, que parecem hipnotizadas ao assistirem a desenhos, por exemplo. Porém, o uso desse recurso pode reduzir consideravelmente a interação social necessária para o desenvolvimento adequado, levando a atrasos no desenvolvimento mental e físico desses bebês.

O ambiente online pode ser inseguro para crianças e adolescentes? VERDADE

Ao usar a internet sem a supervisão de seus responsáveis, as crianças e adolescentes ficam mais expostas a diversas informações inadequadas, correndo risco até mesmo de sofrerem violências.

É uma realidade o contato precoce com conteúdo sexual, frequentemente de forma violenta; cyberbullying (sofrer discriminação ou ser tratado de forma ofensiva); informações inadequadas sobre suicídio e formas de automutilação, desafios perigosos, que podem colocar a vida em risco, jogos com conteúdo violento, além de exposição a pessoas mal-intencionadas e até criminosas.

É imprescindível postergar ao máximo a entrada de adolescentes nas redes sociais e evitar dar smartphones e tablets pessoais antes dos 12 a 14 anos, segundo especialistas.

Como utilizar telas de forma saudável na infância/adolescência?

É praticamente impossível isolar totalmente as crianças e adolescente das telas, sendo assim, podemos adotar alguns comportamentos para seu uso saudável como:

  • Obedecer ao tempo de tela limite para cada faixa etária citada anteriormente, jamais permitindo que eles virem a noite jogando ou usando algum dispositivo;
  • Evitar que o jovem fique isolado em algum cômodo usando dispositivos eletrônicos, estimulando-o a fazê-lo nas áreas comuns da casa;
  • Estimular que os jovens passem mais tempo realizando atividades ao ar livre, esportes, em contato com a natureza e com outras pessoas;
  • Evitar postar fotos de crianças e adolescentes nas redes sociais, principalmente nas abertas
  • Criar regras para o uso e controle parental, utilizar ferramentas como filtros de conteúdo e faixa etária, conhecer as senhas;
  • Estimular momentos de convivência familiar de forma off-line;
  • Ensinar as crianças e adolescentes a utilizarem a internet de forma segura e responsável.
  • Sempre supervisionar as crianças e adolescentes nas atividades do dia a dia, não sendo diferente na internet.

Esses cuidados ajudam a assegurar direitos das crianças e dos adolescentes como o direito a brincar, à segurança e à saúde.

Categorias: Infantil Saúde
Carolina Caldas: Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Médica de Família e Comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).  CRM 520107347-8