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O que é o Abril Azul?

Você já conhece várias campanhas que contam com cores diferentes para cada mês a fim de conscientizar a população sobre diversas doenças, exames e prevenções. O Abril Azul trata-se da campanha de conscientização do autismo, criada para que o mês inteiro seja marcado com diversas ações voltadas para o autismo.

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Isto se dá porque 02 de abril é o dia que a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu como Dia Mundial de Conscientização do Autismo. E a cor azul foi escolhida porque o autismo atinge muito mais os meninos do que as meninas (proporção de 4:1), fato que a ciência ainda não consegue explicar.

Abril Azul – Qual a importância de conscientizar a sociedade sobre o autismo?

O Abril Azul é importante porque dá destaque ao transtorno do espectro autista (TEA), um distúrbio neurológico que pode afetar as áreas de comunicação, comportamento e interação social. Além disso, o autista pode ou não ter alguma deficiência intelectual. Em alguns casos, pessoas com o transtorno chegam a surpreender pela inteligência e são chamadas de autistas de alto funcionamento.

 

A campanha tem o papel de mostrar as características desta condição especial, destacando que não é uma doença, ou seja, não é contagiosa e ninguém precisa se afastar de um autista. Pelo contrário: é preciso entender para incluir e ajudar.

O que é TEA – Transtorno do Espectro Autista e quais as estimativas aqui no Brasil?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) refere-se a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal, assim como por forças e diferenças únicas.

 

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge 1 em cada 160 crianças no mundo. No Brasil, estima-se que existam cerca de 2 milhões de autistas. O diagnóstico ocorre geralmente entre os 2 anos e meio a 3 anos, e não existe cura para essa condição. 

 

Para dar visibilidade ao tema, foi tida a ideia da campanha para mostrar as características e as dificuldades do transtorno, incentivando, dessa maneira, a inclusão do autista em sociedade, assim como a criação de políticas públicas voltadas para esse grupo.

 

Os sinais mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer entre 2 e 3 anos de idade. Em alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta dos 18 meses.

Sabemos agora que não há um autismo, mas muitos tipos, causados ​​por diferentes combinações de influências genéticas e ambientais. O termo “espectro” reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com autismo.

 

Alguns atrasos no desenvolvimento associados ao autismo podem ser identificados e abordados bem cedo. Recomenda-se que os pais com preocupações busquem uma avaliação sem demora, uma vez que a intervenção precoce pode melhorar os resultados.

Diferenças e tipos de autismo

O autismo é apenas um dos transtornos que integram o quadro de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA foi definido pela última edição do DSM-V como uma série de quadros (que podem variar quanto à intensidade dos sintomas e prejuízo gerado na rotina do indivíduo).

 

Outros exemplos de transtornos que fazem parte do espectro –  e que anteriormente eram considerados diagnósticos distintos – são: a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento.

 

O Transtorno do Espectro Autista é definido pela presença de déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente ou por história prévia, de acordo com o DSM-V.

 

É importante ressaltar que se tratam de transtornos do neurodesenvolvimento, caracterizados por alterações em dois domínios principais:

 

  1. Comunicação e interação social, como mencionado acima.
  2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento.

Tipos de autismo

O transtorno do espectro autista pode ser dividido em três tipos: 

 

Síndrome de Asperger

A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico enquadrado dentro da categoria de transtornos globais do desenvolvimento. Ela foi considerada, por muitos anos, uma condição distinta, porém próxima e bastante relacionada ao autismo.

 

A Síndrome de Asperger, assim como o autismo, foi incorporada a um novo termo médico e englobador, chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com essa nova definição, a síndrome passa a ser considerada, portanto, uma forma mais branda de autismo. Dessa forma, os pacientes são diagnosticados apenas em graus de comprometimento, dessa forma o diagnóstico fica mais completo.

 

Transtorno Autista ou Autismo Clássico

As pessoas nesta condição costumam ter atrasos linguísticos significativos, desafios sociais e de comunicação e comportamentos e interesses incomuns. Muitas pessoas com transtorno autista também têm deficiência intelectual.

Transtornos invasivos do desenvolvimento

As pessoas que atendem alguns dos critérios de transtorno autista ou síndrome de Asperger, mas não todos, podem ser diagnosticadas com transtorno do desenvolvimento invasivo.

 

As pessoas com esse tipo de transtorno geralmente têm sintomas menores e mais leves do que aqueles com transtorno autista. Os sintomas podem causar apenas desafios sociais e de comunicação.

 

Atualmente o Transtorno do Espectro Autista é dividido em graus e sua gravidade:

 

Nível 3 – exigindo apoio muito substancial

Comunicação social: Eles possuem déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal, que causam prejuízos graves de funcionamento, limitação em iniciar interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outras pessoas.

 

Comportamentos repetitivos e restritos: Observa-se inflexibilidade de comportamento, extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/repetitivos que interferem acentuadamente no funcionamento em todas as esferas. É comum também terem grande sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.

Nível 2 – exigindo apoio substancial

Comunicação social: Possuem déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal, prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio, limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outras pessoas.

 

Comportamentos repetitivos e restritos: Observa-se inflexibilidade do comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/repetitivos, percebe-se que aparecem com frequência suficiente para serem óbvios ao observador casual e interferem no funcionamento em uma variedade de contextos. Também têm sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.

Nível 1- Exigindo apoio

Comunicação social: Na ausência de apoio, déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis. Dificuldade para iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Podem aparentar pouco interesse por interações sociais.

 

Comportamentos repetitivos e restritos: Observa-se inflexibilidade de comportamento que causa interferência significativa no funcionamento em um ou mais contextos. Também possuem dificuldade em trocar de atividade, assim como problemas para organização e planejamento se tornam obstáculos à independência.

E as possíveis causas do autismo?

Obviamente, uma das perguntas mais comuns feitas pelos pais após um diagnóstico de autismo na criança , é o que causou a condição. Infelizmente, as causas do autismo ainda são desconhecidas, mas as pesquisas na área são cada vez mais intensas. 

 

Provavelmente, há uma combinação de fatores que levam ao autismo. Sabe-se que a genética e agentes externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno. Por isso, sabemos que não há uma única causa de autismo. 

 

Essas influências parecem aumentar o risco de uma criança desenvolver autismo. No entanto, é importante ter em mente que o aumento do risco não é a mesma causa. Por exemplo, algumas alterações genéticas associadas ao autismo também podem ser encontradas em pessoas que não têm o distúrbio. Da mesma forma, nem todos expostos a um fator de risco ambiental para o autismo desenvolvem o distúrbio. Na verdade, a maioria não.

 

A origem do autismo se deve a diversos fatores, englobando a relação de fatores descritos abaixo:

 

  • Genéticos: Fatores complexos, uma vez que não há um gene específico associado ao transtorno do espectro autista, e sim uma variedade de mutações e anomalias cromossômicas que vem sendo associadas a ele. Em relação ao gênero, a proporção é de meninos 4:1 meninas, como citamos mais acima.
  • Neurológicos: Há maior prevalência de TEA associados a atrasos cognitivos e quadros epilepsia, por exemplo .
  • Ambientais: Interação de genes com o ambiente, infecções e intoxicações durante o período pré-natal, prematuridade, baixo peso e complicações no parto são alguns dos fatores que podem contribuir negativamente.

 

De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de uma criança desenvolver autismo por causa da herança genética é de 50%, sendo que a outra metade dos casos pode corresponder a fatores exógenos, como o ambiente de criação.

 

De qualquer maneira, muitos genes parecem estar envolvidos nas causas do autismo. Alguns tornam as crianças mais suscetíveis ao transtorno, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e a comunicação entre os neurônios. Outros, ainda, determinam a gravidade dos sintomas.

 

Resumindo, quanto aos fatores externos que possam contribuir para o surgimento do transtorno estão a poluição do ar, complicações durante a gravidez, infecções causadas por vírus, alterações no trato digestório e contaminação por mercúrio.

 

Os fatores de risco ambientais do autismo

Pesquisas também apontam que certas influências ambientais podem aumentar ainda mais – ou reduzir – o risco de autismo em pessoas que são geneticamente predispostas ao transtorno. É importante notar que o aumento ou diminuição do risco parece ser pequeno para qualquer um desses fatores de risco:

Risco aumentado:

  • Idade avançada dos pais (qualquer dos pais);
  • Gravidez e complicações no parto (por exemplo, prematuridade extrema [antes de 26 semanas], baixo peso ao nascer, gestações múltiplas [dupla, tripla, etc.]);
  • Gravidez com espaçamento inferior a um ano.

Risco diminuído:

  • Vitaminas pré-natais contendo ácido fólico, antes e durante a concepção e durante a gravidez

Nenhum efeito sobre o risco:

  • Vacinas. Cada família tem uma experiência única com um diagnóstico de autismo, e para alguns, corresponde ao momento da vacinação do seu filho. Ao mesmo tempo, os cientistas têm realizado extensas pesquisas ao longo das últimas duas décadas para determinar se existe alguma ligação entre a vacinação infantil e o autismo. Os resultados desta pesquisa são claros: As vacinas não causam autismo.

 

Autismo e vacinas

Algumas pessoas ainda acreditam que certas vacinas possam causar autismo em crianças. Os pais podem pedir ao médico ou enfermeira que esperem ou até mesmo recusem a aplicação da vacina. Todavia, é importante pensar também nos riscos de não vacinar a criança.

 

A crença dessas pessoas parte do princípio que uma pequena quantidade de mercúrio (chamada de timerosal), que é um conservante comum em vacinas multidose, causa autismo ou TDAH. No entanto, as pesquisas NÃO indicam que esse risco seja verdadeiro.

 

A American Academy of Pediatrics e The Institute of Medicine dos EUA concordam que nenhuma vacina ou componente dela é responsável pelo número de crianças que atualmente são diagnosticadas com autismo. Eles concluíram que os benefícios das vacinas são maiores do que os riscos.

 

Todas as vacinas de rotina da infância estão disponíveis em formas de dose única em que não foi adicionado mercúrio.

 

Ainda podemos mencionar alguns fatores que são considerados de risco para o desenvolvimento do autismo. Confira:

 

  • Sexo: meninos são de quatro a cinco vezes mais propensos a desenvolver autismo do que meninas
  • Histórico familiar: famílias que já tenham tido algum integrante com autismo; correm riscos maiores de ter outro posteriormente. Da mesma forma, é comum que alguns pais que tenham gerado algum filho autista apresentem problemas de comunicação e de interação social eles mesmos;
  • Outros transtornos: crianças com alguns problemas de saúde específicos tendem a ter mais riscos de desenvolver autismo do que outras crianças. Epilepsia e esclerose tuberosa estão entre esses transtornos;
  • Idade dos pais: quanto mais avançada a idade dos pais, mais chances de a criança desenvolver autismo até os três anos.

 

Alguns fatos sobre o autismo

O próprio Ministério da Saúde disponibilizou uma cartilha de Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo para auxílio aos profissionais da saúde que lidam com esses casos.

 

Institutos de controle e prevenção de doenças americanos, como o CDC Centers for Disease Control and Prevention -, estimam a prevalência do Transtorno do Espectro Autista como 1 em 68 crianças nos Estados Unidos. Isso inclui 1 em 42 meninos e 1 em 189 meninas. Esse mesmo instituto afirma que hoje existe 1 caso de autismo para cada 110 pessoas. 

 

Extrapolando esses números, estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 2 milhões de autistas. Aproximadamente 407 mil pessoas somente no 

estado de São Paulo

  • Estima-se que 50.000 adolescentes com autismo tornam-se adultos – e perdem serviços de autismo escolarizados – a cada ano.
  • Cerca de um terço das pessoas com autismo permanecem não-verbais (nunca se comunicam por meio da fala).
  • Cerca de um terço das pessoas com autismo têm uma deficiência intelectual.
  • Certos problemas médicos e de saúde mental frequentemente acompanham o autismo. Eles incluem distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do sono, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ansiedade e fobias.

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Quantas crianças têm autismo ao certo?

O número exato de crianças com autismo é desconhecido. O mesmo relatório publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA sugere que o autismo e seus distúrbios relacionados são muito mais comuns do que se imagina. Não está claro se isso se deve a um aumento na taxa da doença ou à maior capacidade de diagnóstico do problema.

 

O autismo afeta quatro a cinco vezes mais meninos do que meninas. Renda familiar, educação e estilo de vida parecem não influenciar no risco de autismo.

 

Alguns médicos acreditam que a maior incidência de autismo se deve a novas definições do transtorno. O termo “autismo” agora inclui um espectro mais amplo de crianças. Por exemplo, hoje em dia, uma criança diagnosticada com autismo altamente funcional poderia ser simplesmente considerada tímida ou com dificuldade de aprendizado há 30 anos.

 

Outros transtornos de desenvolvimento parecidos incluem:

 

  • Síndrome de Rett: muito diferente do autismo, só ocorre no sexo feminino;
  • Transtorno desintegrativo da infância: doença rara em que uma criança adquire as habilidades e depois esquece tudo antes dos 10 anos de idade;
  • Transtorno de desenvolvimento pervasivo: não especificado, também chamado de autismo atípico.

 

Sinais e sintomas do Transtorno do Espectro Autista

O tempo e a gravidade dos primeiros sintomas do Transtorno do Espectro Autista podem variar amplamente. Algumas crianças com autismo mostram sugestões de problemas futuros dentro dos primeiros meses de vida. 

 

Em outros, os sintomas podem não tornar-se óbvio até 24 meses ou mais tarde. Algumas crianças com autismo parecem desenvolver normalmente até cerca de 18 a 24 meses de idade e, em seguida, parar de ganhar novas habilidades e / ou começam a perder habilidades.

 

Os seguintes “sinais vermelhos” sugerem que uma criança está em risco de sofrer de autismo. Algumas crianças sem autismo têm alguns desses sintomas, e nem todas as crianças com autismo mostram todos eles. É por isso que uma avaliação mais aprofundada é crucial. Se o seu filho apresentar algum dos seguintes, por favor,  converse com o médico e faça a sua criança ser examinada.

Possíveis sinais de autismo em bebês e crianças:

  • Por volta dos 6 meses de idade, nenhum sorriso social ou outras expressões quentes, alegres dirigidas às pessoas;
  • Até 6 meses, contato visual limitado ou inexistente;
  • Por volta dos 9 meses, nenhuma partilha de sons vocais, sorrisos ou outra comunicação não-verbal;
  • Com 12 meses, nenhum balbucio;
  • Por volta dos 12 meses, nenhum uso de gestos para se comunicar (por exemplo, apontar, alcançar, acenar etc.);
  • Com 12 meses, nenhuma resposta ao nome quando chamado;
  • Por volta dos 16 meses, sem palavras;
  • Em 24 meses, não há expressões significativas de duas palavras;
  • Qualquer perda de qualquer discurso adquirido anteriormente, balbuciar ou habilidades sociais.

Possíveis sinais de autismo em qualquer idade:

  • Evita contato visual e prefere ficar sozinho;
  • Luta com a compreensão dos sentimentos de outras pessoas;
  • Permanece não verbal ou atrasou o desenvolvimento da linguagem;
  • Repete palavras e frases mais e mais (ecolalia);
  • Mostra-se perturbado por pequenas alterações na rotina ou arredores;
  • Tem interesses muito restritos;
  • Realiza comportamentos repetitivos c
  • omo bater, balançar ou girar;
  • Tem reações incomuns e muitas vezes intensas a sons, odores, sabores, texturas, luzes e / ou cores.

 

Como percebemos, crianças, em geral, dão os primeiros sinais de autismo logo no primeiro ano de vida. Se você notar qualquer sinal do transtorno em seu filho, converse com um médico. Ele poderá recomendar exames específicos. Resumindo, os comportamentos da criança de alerta são:

 

  • Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses;
  • Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses;
  • Não balbuciar aos 12 meses;
  • Não gesticular aos 12 meses;
  • Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses;
  • Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses;
  • Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.

O que esperar da consulta médica?

É provável que um pediatra consiga fazer o diagnóstico de autismo, analisando os sintomas. Porém, você pode ser encaminhado para um centro especializado em que uma equipe multidisciplinar avaliará a criança, falaremos disso logo mais…

 

Como as consultas costumam ser breves e há muitas informações e perguntas para cobrir, é uma boa ideia estar bem preparado. Aqui estão algumas informações para ajudar no diagnóstico mais rápido:

 

  • Anote quaisquer sintomas que você ou seu filho está enfrentando, inclusive os que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual você agendou a consulta;
  • Anote as informações pessoais importantes, incluindo quaisquer tensões principais ou mudanças de vida recentes;
  • Faça uma lista de todos os medicamentos, e também de quaisquer vitaminas ou suplementos que você ou seu filho esteja tomando;
  • Se quem está desconfiado de ter autismo é você, leve um membro da família ou amigo junto. Às vezes pode ser difícil lembrar todas as informações fornecidas durante a consulta. Alguém que acompanha você pode se lembrar de algo que você perdeu ou esqueceu.

O que esperar do médico?

É normal que os médicos costumem fazer várias perguntas. Por isso, é importante estar preparado para respondê-las. Confira alguns exemplos de questões que poderão ser levantadas por um especialista:

 

  • Quais comportamentos em específicos levaram você a procurar ajuda médica para você ou seu filho?
  • Quando os primeiros sintomas começaram?
  • Esses comportamentos atípicos são frequentes ou ocasionais?
  • Quais os hábitos favoritos seus ou de seu filho?
  • Você interagia com familiares e outras crianças? Ou, seu filho interage com familiares e outras crianças? 
  • Sua família tem histórico de autismo ou algum outro transtorno cerebral?

 

O médico procurará por sinais de atraso no desenvolvimento da criança. Se observados os principais sintomas do autismo, ele encaminhará a criança em questão para um especialista, que poderá fazer um diagnóstico mais exato e preciso. Geralmente, ele é feito antes dos três anos de idade, já que os sinais do transtorno costumam aparecer cedo.

 

Para realizar o diagnóstico, o médico utiliza o critério do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. Segundo ele, a criança poderá ser diagnosticada com autismo se apresentar pelo menos seis dos sintomas clássicos do transtorno.

Exames

Todas as crianças devem fazer exames de desenvolvimento de rotina com o pediatra. Podem ser necessários mais testes se o médico ou os pais estiverem preocupados. Para autismo, isso deve ser feito principalmente se uma criança não atingir marcos de linguagem.

 

Essas crianças poderão fazer uma avaliação auditiva, teste de chumbo no sangue e teste de triagem para autismo, como a lista de verificação de autismo em crianças (CHAT) ou o questionário para triagem de autismo.

 

Um médico experiente no diagnóstico e tratamento de autismo normalmente é necessário para fazer o diagnóstico. Como não há testes biológicos para o autismo, o diagnóstico muitas vezes será feito com base em critérios muito específicos.

 

Uma avaliação de autismo normalmente inclui um exame físico e neurológico completo. Pode incluir também alguma ferramenta de exame específica, como:

 

  • Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR)
  • Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS)
  • Escala de classificação do autismo em crianças (CARS)
  • Escala de classificação do autismo de Gilliam
  • Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento.

 

As crianças com autismo ou suspeita de autismo normalmente passarão por testes genéticos em busca de anomalias nos cromossomos.

 

O autismo inclui um amplo espectro de sintomas. Portanto, uma avaliação única e rápida não pode indicar as reais habilidades da criança. O ideal é que uma equipe de diferentes especialistas avalie a criança com suspeita de autismo. Eles podem avaliar: comunicação, linguagem, habilidades motoras, fala, êxito escolar e habilidades de pensamento.

Por que o diagnóstico precoce é tão importante?

Podemos observar que ainda, a grande maioria dos casos é detectada tardiamente. Porém, é crescente o número de estudos voltados à importância da detecção precoce. O ideal é que seja detectado ainda na primeira infância. Neste período inicial da vida, há alguns comportamentos que fogem ao chamado “desenvolvimento típico”, e já podem servir de alerta a familiares e profissionais da saúde.

 

Principais exemplos de sinais que podem ser rastreados precocemente, e servir de alerta:  

  • Dificuldade em sustentar contato visual enquanto é alimentado;
  • Ausência de resposta clara ao ser chamado pelo nome (importante descartar hipótese de perda auditiva);
  • Atraso no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal  (não apontar, não responder a sorrisos, demorar para balbuciar e falar, ou regressão de linguagem);
  • Desconforto com afagos e ao ser pego no colo;
  • Aversão ou fixação a algumas texturas, incômodos com determinados sons e barulhos, comportamentos repetitivos e estereotipados (enfileirar brinquedos, rodopiar em torno de si mesmo, balançar o corpo).

 

Quanto mais cedo a família e a escola forem orientadas sobre o quadro da criança, melhor será sua inserção social e aquisição de autonomia. A intervenção precoce (que pode ocorrer mesmo antes do diagnóstico conclusivo) visa estimular as potencialidades e auxiliar no desenvolvimento de formas adaptativas de comunicação e interação.

 

Como funciona o tratamento?

 

O TEA não tem cura, mas, com sessões de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, entre outras terapias, é possível ajudar a criança a participar da rotina diária e também, aos poucos, se tornar independente. Em casos mais severos, de autistas que se batem ou ficam muito nervosos, por exemplo, a medicação prescrita pelo neurologista ou psiquiatra pode ajudar.

 

Em resumo, é essencial dar voz ao autismo, levando informação para a população e, desse modo, reduzir o preconceito. O Abril Azul também tem o papel de pressionar governos para que mais políticas públicas se voltem para esse grupo — como acesso às terapias e serviços de saúde, apoio às famílias, inclusão escolar e também ao mercado de trabalho.

 

Além disso, é preciso que os profissionais de saúde, como médicos e terapeutas, recebam um treinamento para que consigam identificar o TEA de forma precoce. Pesquisas científicas para trazer mais respostas sobre o autismo também devem ser incentivadas.

 

O trabalho de psicólogos e equipes multidisciplinares

Nos planos de saúde ou tratamentos particulares é importante seguir as recomendações dadas pelo profissional que forneceu o diagnóstico. E então buscar terapias nas áreas indicadas a contribuir com o caso. Psicoterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, atividade física, musicoterapia, etc.

 

A família precisa de muito apoio e orientação em todo o processo, pois não é fácil a busca por tratamentos e aceitação do diagnóstico. Há uma série de mudanças na dinâmica familiar, a fim de se re-organizar para comparecer às terapias propostas, além do cuidado da criança em casa, que pode ser bem desgastante (especialmente em situações de agitação e crises). 

 

Se necessário, a família deve ser encaminhada para orientação e acompanhamento psicológico. O psicólogo atuará no fortalecimento e apoio emocional durante as várias adaptações que o tratamento exige dos familiares. Quanto mais orientada a família, maiores as chances de compreensão em relação ao quadro. Também é maior a probabilidade de estímulo às potencialidades do indivíduo, evitando proteção excessiva e isolamento.

 

Procure orientação profissional. Encontre um psicólogo especializado em transtornos de desenvolvimento e agende uma consulta.

 

Inclusão Social

A partir do momento em que foi feito o diagnóstico, é possível exigir o cumprimento de direitos como a inclusão nas escolas.  Por lei, a criança com Transtorno do Espectro Autista tem direito a um professor-acompanhante em sala de aula, por exemplo.

 

É importante salientar que ainda temos muito a avançar na prática da inclusão e no acesso a tratamentos especializados. Na rede pública, pode-se recorrer ao PSF ( Programa da Saúde da Família). Atuante na maioria das unidades básicas de saúde de Grande São Paulo.

 

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) na qual trabalho, geralmente são levantadas suspeitas em consultas de puericultura.  Nestes casos, o profissional encaminha a criança para avaliação psicológica e fonoaudiológica na própria UBS. Caso seja confirmada a hipótese de TEA, o caso é discutido com o CAPS Infantil (serviço mais especializado). 

 

O CAPS nos auxilia na conclusão do diagnóstico e absorve os casos mais comprometidos. Há muitas ONGs ou Associações de Pais que também oferecem suporte às crianças e famílias.

É possível prevenir o autismo?

Não há uma fórmula correta para prevenir o autismo, mas estudos recentes mostram que o papel da herança genética para o desenvolvimento do transtorno não é tão grande como se supunha.

 

Os genes desempenham 50% das chances de uma criança vir a ter autismo. Ou seja, em pelo menos metade dos casos não há muito o que fazer contra a genética humana.

Mas os outros 50% correspondem a fatores externos, muito relacionados ao ambiente em que a criança cresce e a hábitos comportamentais. Isso abre um campo enorme de pesquisa, especialmente no que diz respeito à prevenção do autismo.

 

Como participar da campanha Abril Azul?

O Abril Azul já é celebrado em organizações e entidades voltadas para a causa autista. Mas é preciso mais engajamento, principalmente por instituições de saúde, como clínicas e hospitais. Esses são espaços importantes, que devem dar destaque a temas de saúde.

Se você deseja se engajar nessa causa, é possível criar ações simples para colaboradores, pacientes e comunidade, como:

  • oferecimento de palestras com médicos, terapeutas e até pais de autistas que expliquem o que é o TEA;
  • elaboração de cartazes e panfletos informativos conscientizando sobre o autismo;
  • divulgação de vídeos nas redes sociais da instituição que tenham como tema o transtorno;
  • organização de caminhadas junto à comunidade para dar visibilidade ao distúrbio.

 

O Abril Azul deve ser divulgado para a sociedade, pois é muito importante que o autismo ganhe cada vez mais visibilidade. Assim, as entidades do setor público e privado devem se mobilizar e participar dessa campanha para que as pessoas com TEA tenham voz, sejam respeitadas, consigam fazer parte da sociedade e tenham os seus direitos garantidos.

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O Cliquefarma também apóia essa campanha! Deixe sua opinião para nós nos comentários para que possamos interagir com você ou tirar qualquer dúvida! 

Responsabilidade Editorial

Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. PROCURE UM MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.

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