Conheça mais sobre o implante subdérmico, que será oferecido pelo SUS

Tempo de leitura: 4 minutos
Implanon: imagem de Freepik.
Índice do conteúdo
Índice do conteúdo
Avalie esse post

Com taxa de falha menor que a da laqueadura tubária, o implante subdérmico será mais uma opção disponível no SUS – Sistema Único de Saúde.

O que é o implante subdérmico?

O implante subdérmico, também conhecido pelo nome comercial Implanon, é um dispositivo feito de plástico que contém o hormônio etonorgestrel, uma progesterona. Ele libera esse hormônio na corrente sanguínea, o que inibe a ovulação e torna o útero e as trompas menos propícios à fecundação.

Quanto tempo dura o efeito do implante?

O implanon apresenta eficácia por até 3 anos a partir da data de colocação, podendo ser retirado antes se for necessário ou se for o desejo da paciente.

É a mesma coisa que chip da beleza?

Não! Os chamados chips costumam ser manipulados de outros hormônios, com finalidade estética ou de desempenho físico e não o contraceptivo. Esses implantes manipulados não são regulamentados. O implante de Etonorgestrel tem autorização da Anvisa para comercialização e inserção.

Como é feita a colocação do implante?

O implante é colocado no braço não dominante,  ou seja, em pessoas destras é colocado do lado esquerdo e em cantoras do lado direito.

A pessoa fica deitada de barriga para cima, o braço é posicionado de forma a permitir a visualização e manipulação do braço onde será aplicado. Após identificação da localização correta para aplicar o implante é realizada a limpeza e a anestesia local, seguida da inserção do implanon, que já vem com o aplicador. Após é realizado curativo para conter algum possível sangramento. É possível que o local fique roxo por alguns dias após a colocação.

Esse procedimento é rápido e leva apenas alguns minutos. O ideal é que seja possível sentir o dispositivo após a colocação, pois para facilitar a remoção ele precisa estar superficial.

Como é feita a remoção do implante?

A retirada também pode ser realizada em consultório, desde que o implante esteja superficial o suficiente para ser encontrado através do toque.

A pessoa fica na mesma posição da colocação e também é realizada anestesia local. É realizado um pequeno corte próximo ao local onde é sentido o dispositivo e soltamos o implante do subcutâneo (a parte abaixo da pele, onde o implante foi posicionado) com a ajuda de uma pinça. Após a retirada pode ser necessário dar um ponto na pele.

Se for do desejo da paciente colocar outro implante no mesmo momento da retirada é possível colocar no mesmo local onde for retirado, se o local estiver correto.

Não é recomendado inserir outro implante sem retirar o primeiro.

Quais são os efeitos colaterais do implante?

O efeito mais comumente observado é a mudança do padrão menstrual com aumento, diminuição ou ausência de sangramento. O motivo mais frequente de não adaptação é sangramento vaginal inesperado, porém não vai ocorrer em todas as pessoas. Também não é possível saber quem vai apresentar essas alterações e quem não vai, só conseguimos descobrir após o uso. A maioria das pessoas fica sem sangrar ou sangra pouco. O sangramento também pode reduzir após alguns meses de uso.

Por que dizem que o implante é mais seguro que a laqueadura?

A eficácia de um método anticoncepcional é medida através de um índice que se chama índice de Pearl. E quanto menor o índice, menos o método falha, levando à gravidez. O da laqueadura é 0,5%  e o do Implanon é 0,05%. Já a pílula combinada (a mais comum) tem o índice de 3% com o uso habitual.

Mas, atenção: para garantir a eficácia é importante não esquecer de trocar o implante a cada 3 anos.

Qualquer pessoa pode usar o implanon?

Existem algumas contraindições ao uso do implante como trombose, infarto ou AVC atual (passado pessoal ou familiar contraindica o método); sangramento vaginal não investigado, câncer de mama, doenças graves ativas do fígado. O uso de Rifampicina (parte do tratamento da tuberculose) e alguns anticonvulsivantes podem interagir com o implante e alterar sua eficácia, assim como do tratamento medicamentoso.

O implante pode ser usado para tratar endometriose?

O tratamento dessa condição passa por diversos tópicos como mudança de hábitos e exige investigação específica, devendo ser sempre individualizado de acordo com as características de cada pessoa,  mas caso indicado pode ser sim uma ferramenta para controlar os sintomas.

O implante pode ser usado em adolescentes?

Não só pode, como deve! Por ser um dos métodos reversíveis de longa duração, é um dos mais indicados para adolescentes, pois não depende de lembrarmos frequentemente de sua aplicação ou tomada, da mesma forma que o DIU. Desta forma, se reduz consideravelmente o risco de gravidez indesejada.

O Implanon protege contra infecções sexualmente transmissíveis (IST’s)?

Não! Até o momento os únicos métodos que protegem contra IST’s são os preservativos interno e externo. Portanto, o uso de camisinha continua sendo imprescindível.

Referências bibliográficas

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/julho/implante-contraceptivo-mais-moderno-sera-oferecido-no-sus acessado em 13/07/25 as 11:27

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2024/anvisa-faz-proibicao-e-publica-alerta-sobre-hormonios-implantaveis-manipulados acessado em 13/07/2025 as 15053

Curtis KM, Tepper NK, Jatlaoui TC, Berry-Bibee E, Horton LG, Zapata LB, Simmons KB, Pagano HP, Jamieson DJ, Whiteman MK. U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, 2016. MMWR Recomm Rep. 2016 Jul 29;65(3):1-103. doi: 10.15585/mmwr.rr6503a1. PMID: 27467196.

Walch K, Unfried G, Huber J, Kurz C, van Trotsenburg M, Pernicka E, Wenzl R. Implanon versus medroxyprogesterone acetate: effects on pain scores in patients with symptomatic endometriosis–a pilot study. Contraception. 2009 Jan;79(1):29-34. doi: 10.1016/j.contraception.2008.07.017. Epub 2008 Sep 25. PMID: 19041438.

Santos JM, Jorge V, Maroso GS, Junges AP, Brandão MG, Lubianca JN. “Tabela Periódica” da Anticoncepção – uma ferramenta na escolha contraceptiva. Femina. 2022;50(1):51-60.

Quem escreveu este post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *