Síndrome Nefrótica: como reconhecer os sintomas e tratar para viver melhor

Tempo de leitura: 6 minutos
Mulher branca com expressão de desconforto, segurando a mão sobre a região abdominal, indicando síndrome nefrótica
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Você acorda, se olha no espelho e nota o rosto mais inchado que o normal. Ao longo do dia, as meias deixam marcas profundas nos tornozelos. No banheiro, uma surpresa: a urina está com uma espuma densa, que não some. Sinais como esses, muitas vezes ignorados, podem indicar uma condição conhecida como Síndrome Nefrótica. 

Quando esses sintomas aparecem, é importante prestar atenção. Continue lendo para entender melhor o que eles podem significar.  

O que o corpo está tentando dizer? 

A síndrome nefrótica não costuma chegar de forma silenciosa. Ela se revela através de um conjunto de sinais bem característicos, que servem como um sinal de alerta: 

  • Inchaço (edema, que é o acúmulo de líquido nos tecidos):

    Começa geralmente no rosto pela manhã e se espalha pelas pernas e tornozelos ao longo do dia. É o sintoma mais conhecido da síndrome nefrótica. 

  • Urina espumosa:

    A aparência lembra a espuma de um copo de cerveja. Isso acontece porque uma grande quantidade de proteína está sendo eliminada na urina.  

  • Ganho de peso rápido:

    Não é gordura, é água. O acúmulo de líquidos pode fazer os números na balança subirem significativamente em pouco tempo. 

  • Cansaço e fraqueza:

    Quando o corpo perde proteínas essenciais, ele precisa se esforçar mais, e você pode se sentir sem energia. 

  • Infecções frequentes:

    O sistema de defesa também perde anticorpos pela urina, deixando o corpo mais vulnerável. 

Notou esses sintomas? Um profissional de saúde pode orientar sobre os exames necessários e o próximo passo no cuidado. Agende uma consulta para entender melhor. 

Como os rins filtram o sangue e o que dá errado na síndrome nefrótica 

Os rins filtram o sangue e ajudam o corpo a reter substâncias importantes, como a albumina, que mantém os líquidos no lugar certo e ajuda você a ter energia. Na síndrome nefrótica, essa filtragem não funciona direito, e a albumina acaba saindo pela urina. Quando isso acontece, o líquido se acumula no corpo, causando inchaço no rosto, nas mãos, nos tornozelos e nas pernas, e o corpo precisa se esforçar mais, o que pode gerar cansaço e fraqueza.  

Se você percebeu sinais como esses, conversar com um médico pode ajudar a entender melhor o que está acontecendo e cuidar da sua saúde. 

Síndrome nefrótica: de onde vem o problema? 

A síndrome nefrótica pode surgir de duas formas: às vezes o problema começa no próprio rim, e outras vezes ele é consequência de outra condição que afeta o corpo, como diabetes, lúpus ou infecções como hepatite ou HIV. 

+Leia Mais: Conheça mais sobre Hepatitve: A, B, C, D, E, F e G 

Não se preocupe: a síndrome nefrótica não é contagiosa e não tem relação com pouca ingestão de água. Entender de onde vem o problema ajuda você a ficar atento aos sinais e buscar o cuidado adequado. 

Como é feito o diagnóstico? 

Para investigar se você tem síndrome nefrótica, o médico primeiro procura pistas nos exames mais simples e comuns, que ajudam a identificar o que está acontecendo no seu corpo: 

Exame de urina: verifica se há muita proteína sendo perdida, o que explica sintomas como urina espumosa e inchaço. 

Exame de sangue: checa os níveis de albumina, colesterol e a função dos rins, mostrando como o corpo está reagindo à perda de proteínas. 

Na maioria das crianças com sinais claros da síndrome, esses exames já ajudam a confirmar o diagnóstico. Em adultos ou em casos que não seguem o caminho esperado, o médico pode indicar a biópsia renal, um exame que analisa uma pequena amostra do rim para entender a causa exata e escolher o tratamento mais adequado.  

Como é o tratamento? 

O tratamento da síndrome nefrótica consiste em uma combinação de bons hábitos e de medicamentos para atacar a raiz do problema. 

Na rotina, os cuidados incluem: 

  • Redução do sal na comida para controlar o inchaço. 
  • Controle da ingestão de líquidos, orientado pelo médico. 
  • Uso de diuréticos para ajudar o corpo a eliminar o excesso de líquido. 
  • Medicamentos que protegem os rins e reduzem a perda de proteína, ajudando a manter você mais saudável e com mais energia.  

A medicação recomendada costuma ser: 

  • Corticoides: ajudam os rins a reduzir a perda de proteína, diminuindo o inchaço e a sensação de cansaço. São especialmente eficazes em crianças. 
  • Imunossupressores: usados quando os corticoides não bastam. Eles controlam a reação do sistema de defesa do corpo, evitando que ataque os rins e mantendo a proteína no sangue, protegendo seus rins a longo prazo. 

Quando a síndrome nefrótica é causada por outra condição (como diabetes ou lúpus), o foco principal é tratar a doença que está causando o problema. 

Uma conversa franca sobre efeitos colaterais 

Todo tratamento potente pode ter efeitos colaterais. É fundamental conhecê-los e conversar com seu médico. Corticoides podem causar ganho de peso e alterações de humor; imunossupressores podem afetar a pressão ou os próprios rins. É um médico que vai poder monitorar todas as variáveis e ajustar o caminho. O uso de medicamentos nunca deve ser feito sem supervisão, podendo inclusive ser um risco para agravar o problema de saúde. O Agendar Consulta está aqui para facilitar sua conexão com os especialistas que vão cuidar de você. 

Quando procurar ajuda imediata? 

Alguns sinais indicam complicações e exigem uma ida ao pronto-socorro: 

  • Falta de ar súbita ou dor no peito. 
  • Inchaço e dor em apenas uma das pernas (pode ser trombose). 
  • Febre alta durante o tratamento com imunossupressores. 
  • Redução drástica do volume de urina. 

Síndrome nefrótica tem cura? 

Para muitas crianças, a resposta é animadora: elas entram em remissão (ficam sem sintomas) e podem viver longos períodos, ou até a vida toda, sem novas crises. 

Em adultos, o cenário é mais variado. Ainda não há uma cura definitiva, mas o controle e a remissão são objetivos totalmente possíveis. O segredo está em um diagnóstico preciso, tratamento personalizado e um acompanhamento rigoroso para evitar complicações e preservar a saúde dos seus rins. 

Se você se identificou com os sinais, procure um médico. Cuidar dos seus rins é cuidar do seu bem-estar. 

Tem alguma dúvida ou gostaria de compartilhar sua experiência? Deixe um comentário abaixo. A CliqueFarma pode te ajudar nessa jornada de cuidado, comparando os preços dos medicamentos e trazendo as melhores ofertas. 

Perguntas frequentes (FAQ) 

  1. Síndrome nefrótica e síndrome nefrítica são a mesma doença?

Não. São semelhantes, mas não iguais. A síndrome nefrótica é marcada pela perda massiva de proteína e inchaço. A síndrome nefrítica se caracteriza por inflamação, com sangue na urina, pressão alta e perda rápida da função renal. 

  1. Todo mundo com suspeita precisa fazer biópsia do rim?

Não necessariamente. Em crianças com quadro típico, que melhoram com corticoide, ela costuma ser dispensada. Já em adultos, é uma ferramenta quase sempre indispensável para um diagnóstico preciso. 

  1. Comer mais proteína ajuda a repor o que perdi?

Pelo contrário. Pode, inclusive, ser prejudicial. Uma dieta rica em proteínas pode sobrecarregar os rins já fragilizados. A alimentação deve ser sempre orientada por seu médico e, de preferência, por um nutricionista. 

  1. Posso praticar atividade física?

Com autorização médica, sim. Exercícios leves a moderados ajudam a controlar o inchaço, melhoram a circulação e o bem-estar geral. 

  1. Como posso prevenir a síndrome nefrótica?

Para as formas primárias ou genéticas, não há prevenção. A melhor estratégia é manter um estilo de vida saudável e controlar rigorosamente doenças como diabetes e hipertensão, que podem levar a uma forma secundária da síndrome. 

Referências bibliográficas

  • Vivarelli M, et al. Childhood nephrotic syndrome. Lancet. 2023;402(10404):809-24. doi: 10.1016/S0140-6736(23)01051-6.
  • Rodriguez-Ballestas E, Reid-Adam J. Nephrotic Syndrome. Pediatr Rev. 2022;43(2):87-99. doi: 10.1542/pir.2020-001230.
  • Verma PR, Patil P. Nephrotic syndrome: a review. Cureus. 2024;16(2):e53923. doi: 10.7759/cureus.53923.
  • Sinha A, et al. Nephrotic syndrome: state of the art. Curr Pediatr Rep. 2015;3(1):43-61. doi: 10.1007/s40124-014-0066-4.

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