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O que são probióticos? Você já ouviu falar? Pois tratam-se de bactérias que produzem efeitos benéficos no hospedeiro, usados para prevenir e tratar doenças como promotores de crescimento e como imunoestimulantes.

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O termo probiótico deriva do grego e significa “pró vida”, o antônimo de antibiótico, que significa “contra a vida”. Probiótico é definido como “suplemento alimentar microbiano vivo, que afeta de forma benéfica seu receptor, através da melhoria do balanço microbiano intestinal”.

 

Vários micro-organismos são usados como probióticos, entre eles bactérias ácido-lácticas, não ácido-lácticas e leveduras. As mais conhecidas bactérias que exercem as funções no organismo são as bifidobacterium e Lactobacillus, em especial Lactobacillus acidophillus.

 

Qual a função dos probióticos no organismo?

Entre suas principais funções, podemos destacar que eles:

 

  • Expandem, de maneira significativa, o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos, pois ocorre um aumento dos níveis de vitaminas do complexo B e aminoácidos, absorção acrescida de cálcio e ferro;
  • Fortalecem o sistema imunológico, através de uma maior produção de células protetoras;
  • Têm um efeito funcional benéfico de maneira geral no organismo, equilibrando a flora intestinal, atuando no controle do colesterol e na redução do risco de câncer;
  • Têm uma particular importância para os indivíduos com intolerância à lactose, devido ao aumento de uma enzima que facilita a digestão da substância.

 

Segundo estudos recentes, além destas funções, os probióticos também auxiliam no reforço do sistema imunológico, ajudando o organismo a criar defesas contra bactérias e microorganismos indesejáveis.

 

Eles devem ser inócuos, manter-se vivos por longo tempo durante a estocagem e transporte, tolerar o baixo ph do suco gástrico e resistir à ação da bile e das secreções pancreáticas e intestinais; não transportar genes transmissores de resistência a antibióticos e possuir propriedades anti-mutagênicas e anti-carcinogênicas, assim como resistir a fagos e ao oxigênio.

 

Os probióticos normalmente têm pouco tempo de duração e, por isso mesmo, devem ser mantidos bem refrigerados. Ao serem ingeridos através dos alimentos, vão para o intestino e ali se somam à flora já existente, sem se fixarem, equilibrando-a e, com isso auxiliando no trabalho de absorção dos nutrientes.

 

Essas bactérias do bem podem ser componentes de alimentos industrializados presentes no mercado, como leites fermentados, iogurte ou podem ser encontrados na forma de pó ou cápsulas.

 

Os leites fermentados são os principais exemplos de fonte de probióticos. Mas, é preciso manter uma espécie de ritual de ingestão diária destas substâncias para que os efeitos desejados se comprovem.

O que dizer dos Prebióticos? Qual a diferença?

O termo prebiótico é utilizado, à diferença de probiótico, para designar ingredientes alimentares não digeríveis que beneficiam o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de uma ou um número limitado de espécies bacterianas no cólon.

 

Os alimentos prebióticos são fibras alimentares, ou seja, carboidratos não digeríveis pelo nosso corpo, possuindo desta forma uma configuração molecular que os torna resistentes à ação de enzimas

 

Os prebióticos e probióticos podem ser encontrados em alimentos e também em suplementos, entre eles podemos citar QualiPro, do laboratório Bio World, DuoBalance, da Naturalis, Bion 3, da Merck e Tamarine, da Hypera Pharma, por exemplo.

 

Qual sua função?

Os prebióticos apresentam as seguintes funções:

 

  • Ajudam na manutenção da flora intestinal;
  • Estimulam a motilidade intestinal (trânsito intestinal);
  • Contribuem com a consistência normal das fezes, prevenindo assim a diarréia e a constipação intestinal por alterarem a microflora colônica, propiciando uma microflora saudável;
  • Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias, eliminando assim o excesso de glicose (açúcar) e colesterol, favorecendo, então, a diminuição do colesterol e triglicérides totais no sangue;
  • Possuem efeito bifidogênico, isto é, estimulam o crescimento das bifidobactérias. Essas bactérias suprimem a atividade de outras bactérias que são putrefativas que podem formar substâncias tóxicas. Exemplos de prebióticos são: frutoologosacarídeos (FOS) e a inulina.

 

Os FOS são obtidos a partir da hidrólise da inulina. Os frutoologosacarídeos estão presentes nos alimentos de origem vegetal, como cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel e cerveja.

 

A inulina é um polímero de glicose extraído principalmente da raiz da chicória, sendo encontrada também no alho, cebola, aspargos e alcachofra. A inulina extraída da chicória é produzida comercialmente e pode ser consumida por diabéticos como substituta do açúcar por conter de 1 a 2 kcal/g.

 

Qual a origem dos probióticos?

É verdade que os produtos lácteos fermentados têm sido associados há muito tempo com a capacidade de conferir benefícios à saúde naqueles que os consomem regularmente, foi Ellie Metchnikoff que, em 1908 fez a primeira teorização do impacto desses alimentos sobre a microbiota bacteriana do intestino. Os probióticos podem ser consumidos em alimentos que contêm estes micro-organismos em grandes quantidades ou serem feitos na forma de suplementos, como vimos acima.

 

De fato, muitos dos alimentos que contêm probióticos aparecem na forma de produtos lácteos fermentados, como os iogurtes e o kefir, que vamos falar mais à frente. Os probióticos são micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício para a saúde do hospedeiro conforme mostram vários estudos. 

 

Como é a ação dos probióticos em nosso organismo?

Podemos destacar uma das formas pelas quais os probióticos podem exercer efeitos benéficos, que é alterar a microbiota intestinal. Isto pode ser feito através da introdução de novas espécies no trato gastrointestinal ou promovendo o crescimento de bactérias benéficas já existentes.

 

Alguns estudos mostram que o consumo dos probióticos está associado um aumento de cepas bacterianas consideradas benéficas, como os Lactobacillus e o Bifidobacterium, enquanto que simultaneamente diminui espécies prejudiciais como o Clostridium perfringens.

 

O consumo dos probióticos também foi capaz de reduzir a gravidade da infecção por Giardia intestinalis através da modulação do sistema imunológico. Além disso, demonstrou-se que os probióticos inibem a aderência de bactérias prejudiciais como a Salmonella typhimurium e a Escherichia coli

 

Em geral, os estudos utilizando probióticos descobriram que há uma mudança de uma resposta imune inata para uma resposta imune adaptativa, também aumentos nos níveis de Imunoglobulinas A (IgA) que se relacionam com uma melhor tolerância imunológica.

 

Os probióticos têm benefícios para doenças alérgicas e autoimunes?

As doenças alérgicas vêm crescendo há décadas, levando a uma maior incidência de doenças como asma e alergias alimentares. Muitas destas, especialmente as relacionadas com alimentos, são desenvolvidas precocemente, com a sua grande maioria se desenvolvendo nos primeiros 2 anos de vida.

 

Mesmo a maioria das alergias alimentares desenvolvidas precocemente na vida não persistindo, algumas podem tornar-se condições permanentes. 

 

Trabalhos recentes demonstram que um fator cada vez mais importante para determinar se uma criança irá desenvolver uma doença alérgica, seja alergia alimentar ou asma, é o nível de complexidade e organismos específicos presentes na microbiota intestinal.

 

Níveis mais elevados de lactobacillus (L. acidophilus, L. delbrueckii e L. helveticus) no intestino dos lactentes têm sido associados a uma menor incidência de doença alérgica na vida adulta.

 

A suplementação com Bifidobacterium, também demonstrou influenciar a microbiota intestinal de recém-nascidos em desmame, reduzindo os níveis de Bacteroides, o que tem sido associada com menor incidência de alergia alimentar. 

 

Principais dúvidas que as pessoas têm sobre os probióticos

É verdade que probióticos ajudam na Síndrome do Intestino Irritável (SCI)?

Sim, eles podem ajudar. Existem estudos respeitáveis mostrando ligação entre o uso de probióticos e redução de sintomas de SCI, citando uma metanálise. Estima-se que 11% da população mundial sofre com cólicas abdominais, diarreia, intestino preso, gás ou muco em excesso em suas fezes. 

 

Ao mesmo tempo que parte da condição pode ser atribuída a certos gatilhos alimentares, outros parecem relacionados a estresse, o que nos traz ao cerne de muitas afirmações sobre a eficácia de probióticos – o eixo intestino-cérebro.

 

SCI não tem só a ver com desconforto intestinal. Para muitas pessoas com o transtorno, é uma questão de seu cérebro recebendo mensagens sobre dor. Um especialista descreve o cólon humano como “quase reptiliano”, na maneira como ele se contrai e relaxa durante o dia, mas diz que essas contrações geralmente ocorrem abaixo dos limiares da consciência, então nem notamos. Em pessoas com SCI, os neurotransmissores do intestino (sim, temos neurotransmissores lá também) podem mandar sinais de perigo para o cérebro sobre contrações acontecendo no trato digestivo.

 

Nesses casos, SCI é essencialmente como uma inibição transmarginal. “Para o cólon funcionar direito, ele precisa se contrair e relaxar de uma maneira condutiva para os movimentos intestinais normais que ocorrem em horas previsíveis, e não muito frequentemente ou muito raramente”, diz Ben Lebwohl, gastroenterologistas e diretor de pesquisa clínica do Centro de Doença Celíaca da Universidade de Colúmbia. “E o intestino precisa dar feedback infrequente para o cérebro. E as pessoas podem estar recebendo atualizações de seu intestino na forma de cólicas ou sentindo que estão tendo movimentos intestinais com muita frequência. Pessoas com SCI recebem com muita frequência esses ‘relatórios de progresso’ não solicitados do intestino.”

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Como os probióticos conseguem diminuir esse fluxo de “relatórios de progresso” ainda não é completamente entendido, mas Lebwohl diz que tem algo a ver como olhar para trilhões de bactérias no microbioma e “mudar a comunidade” acrescentando probióticos à mistura, o que tem mostrando desacelerar a tendência do intestino de compartilhar informação demais em alguns casos.

 

Enquanto Lebwohl não se sente confortável indicando uma marca específica publicamente, ele disse que “uma marca amplamente usada, cujo principal composto é bifidobacterium ou lactobacilos, parece um jeito razoável de um paciente experimentar com probióticos, mas é sempre melhor fazer isso sob a supervisão de um profissional de saúde”. Ele aconselha procurar por um suplemento com algo entre 1 bilhão e 10 bilhões de unidades formadoras de colônias, ou UFCs.

 

Em vista disso, podemos afirmar que os probióticos também são benéficos para episódios de diarreia causadas por antibióticos, certo?

Provavelmente. Lebwohl diz que probióticos podem diminuir o risco de ter diarreia durante tratamento com antibióticos, e também podem ter um papel em prevenir especificamente o desenvolvimento da super-diarreia relacionada a antibióticos: C. difficile. 

 

Os antibióticos podem acabar com as bactérias boas que te impedem de ficar doente se você for exposto a C. difficile, ou se já tem isso no seu sistema. Sintomas de C. difficile variam de diarreia líquida moderada várias vezes ao dia a infecções graves, que podem ser acompanhadas de febre, sangue nas fezes, batimentos cardíacos acelerados e pode até levar a insuficiência renal. Cerca de 500 mil americanos estavam infectados com C. difficile em 2015 e 15 mil morreram por causa disso.

 

Para Síndrome do Intestino Irritável, pacientes que respondem bem a probióticos podem tomá-los a longo prazo, diz Lebwohl, para manter os sintomas sob controle. Com algo como diarreia relacionada a antibióticos, você tomaria probióticos por um período definido até os sintomas desaparecerem. “Isso já foi estudado em crianças e adultos, e mesmo com os resultados variando, a metanálise sugere que os probióticos podem ser uma proteção nesse contexto”, ele acrescenta.

 

Probióticos também podem ajudar no humor e diminuição de episódios ansiosos?

Não. “Há estudos sugerindo uma ligação teórica entre microbioma e até mudanças no microbioma e mudanças no cérebro”, disse Lebwohl. Ele apontou para um estudo, onde mulheres saudáveis com problemas gastrointestinais fizeram ressonância magnética no cérebro antes e depois de um mês consumindo iogurtes contendo probióticos duas vezes ao dia.

 

Há vários estudos adicionais que ligaram stress a mudanças nas bactérias intestinais, então parece haver uma ligação. Mas Lebwohl diz que isso não é suficiente para recomendar a prática amplamente. Ele se referiu a esses estudos como “estudos de geração de hipóteses”, que podem levar a testes clínicos concretos onde probióticos são testados contra um placebo. “Esses estudos são importantes”, ele diz. “Mas é prematuro dizer que esses estudos podem mudar as práticas estabelecidas.”

 

E quanto ao tratamento da candidíase? Probióticos podem ajudar?

Claro, por que não? Lebwohl diz: “A candidíase é basicamente um crescimento excessivo de um tipo de fungo. Em teoria, um probiótico pode ter um efeito no microbioma da vagina, apesar de provas disso ainda não terem sido realmente estabelecidas”. Não há perigo em experimentar, desde que você não sucumba à tentação de colocar iogurte na vagina.

 

Existem estudos atuais sobre a relação de probióticos tratando câncer?

Não. O doutor Lebwohl disse que não há estudos atualmente apoiando o uso de probióticos contra o câncer, e que ele se preocuparia se alguém com um sistema imunológico comprometido usasse probióticos. “Ainda não há um estudo adequado sobre o câncer e probióticos, e eu me preocuparia com o uso de probióticos por alguém que pode ter o sistema imunológico comprometido pelo câncer, porque há casos raros mas documentados de infecções surgindo pelo uso de probióticos.”

 

Uma pesquisa de 2017 com pacientes com câncer mostrou que mais de 80% deles estavam usando algum suplemento, vitaminas, minerais ou ervas para tratar problemas digestivos causados pela quimioterapia. Os pesquisadores notaram que enquanto esses suplementos podem ser benéficos em alguns casos, eles também podem mudar o metabolismo de drogas usadas no tratamento, ou levar a condições perigosas como sepse por causa do sistema imunológico comprometido do paciente.

 

Certo, mas é importante que se continue tomando probióticos para melhorar minha imunidade, não é mesmo? Combater gripes, por exemplo? 

 

Enquanto um estudo de 2009 mostrou evidências de redução de sintomas de gripe e resfriado em crianças entre três e cinco anos, e uma análise de 2015 ter mostrado que probióticos são melhores que placebos para evitar infecções agudas do trato respiratório superior, nenhuma convenceu o National Institutes of Health da eficácia de probióticos para gripes e resfriados. O NIH confirma: “as evidências são fracas e os resultados têm suas limitações”.

 

Então, podemos concluir que para um bem-estar geral, probióticos não são realmente úteis?

“Não há provas de que tomar probióticos promove intrinsecamente o bem-estar”, diz Lebwohl. “E alguém que se sente saudável não tem motivo para tomar probióticos.” A Escola de Saúde de Harvard concorda, dando um não endosso morno para os probióticos: “O melhor que podemos dizer é que eles não são prejudiciais e que podem ajudar”.

 

Pode-se afirmar que existe ciência de verdade dizendo que probióticos podem ajudar com certos tipos de diarreia, mas para outras condições, essa não é uma aposta certeira. Lebwohl diz que a primeira coisa que precisa mudar para os probióticos se tornarem realmente legítimos na comunidade médica é a regulamentação deles. 

 

Dúvidas sobre o Kefir – Um poderoso probiótico

 

O que é o kefir e quais seus benefícios?

Mesmo não tão popular quanto outros produtos lácteos fermentados (como iogurte e o queijo), o kefir tem seus benefícios amplamente estudados e associados à saúde. Ele existia originalmente em comunidades das montanhas caucasianas, foi descoberto no segundo milênio antes de Cristo, o que significa que este é o método de fermentação mais antigo que existe. Uma das características que distinguem o kefir de muitos outros produtos lácteos fermentados é a exigência da presença do grão de kefir para fermentação. 

 

Os grãos de kefir são uma colônia de microrganismos simbióticos imersa em uma matriz composta de polissacarídeos e proteínas. Diferentemente do iogurte que é fermentado apenas por lactobacilos, o kefir exige temperaturas mais baixas e é fermentado por mais de quarenta tipos diferentes de micro-organismos em sua colônia, incluindo as leveduras. A preparação dessa colônia rica é tradicionalmente feita com leite de vaca, mas pode ser preparada com leite de cabra, ovelha, de fonte vegetal ou até mesmo com água. 

 

Por causa de sua microbiota altamente complexa, existe uma multiplicidade de organismos e produtos metabólicos presentes no leite fermentado. Esta combinação de organismos microbianos vivos e metabólitos contribui para uma vasta gama de efeitos atribuídos ao kefir, muitos dos quais são benéficos para a saúde. 

 

Estudos vêm demonstrando que os grãos de Kefir são capazes de reduzir os níveis de lactose do leite através do processo de fermentação e também em reduzir os níveis de colesterol presentes em até 84% após 24h de fermentação.

 

Quais cuidados, vantagens e desvantagens que o kefir possui?

Segundo a nutricionista Luna Azevedo durante a preparação do kefir a higiene é fundamental. Reserve os utensílios usados na preparação do grão apenas para essa finalidade. 

 

Quando está na água pode ter contaminação por fungo se o açúcar mascavo não for corretamente armazenado e tiver contato com muita umidade. Não deixe o frasco com os grãos de kefir exposto ao sol. Guarda-o num armário da cozinha e longe de qualquer produto químico. Nunca lave os grãos, lave apenas o frasco, quando fizer as trocas de leite ou água + açúcar. E não use sabão ou detergente, apenas água.

 

Vantagens: Já foi observado em testes de laboratório que os micro-organismos do kefir têm o poder de inibir os patógenos da Salmonella e do E. Coli (bactérias que causam doenças). Essa colônia possui mais de 40 micro-organismos vivos, sendo muito mais completo do que qualquer produto no mercado liofilizado. 

 

Desvantagens: A manutenção dos grãos durante anos demanda todo um preparo do kefir quase diariamente ou que se tenham alguns cuidados especiais de conservação. O kefir pode ser congelado durante algum tempo, mas tem de ser revitalizado passadas poucas semanas. 

 

O kefir de água + açúcar mascavo deve se ter o cuidado de conversação do açúcar para evitar contaminação e crescimento de fungos. Deve ter-se em conta que o kefir de água não contém a mesma microflora do kefir feito com leite. Apesar dos microorganismos consumirem a lactose (açúcar do leite), quem é intolerante severo pode ainda sentir mal estar. 

 

É sempre importante ressaltar que, o uso dos probióticos deve ser feito com orientação médica ou do nutricionista. Realmente, os micro-organismos vivos possuem extrema importância na nossa saúde e merecem total atenção. Para que permaneçam vivos no trato intestinal, devem ser administrados preferencialmente com prebióticos (fibras não digeríveis e usadas de “alimento” para esses seres vivos). Existem versões com pre e probióticos (simbióticos), assim como, é possível receber sua doação de kefir. Tenham sempre a orientação de seu médico e nutricionista para possível indicação de acordo com cada caso.  

Como devo armazenar meus probióticos? 

Guarde todos os suplementos probióticos em local fresco e seco, para manter a eficácia. O melhor lugar é provavelmente a geladeira.

 

O que é e para que serve a microbiota intestinal?

Primeiramente, o que é a microbiota intestinal? Nada mais é do que a colônia que vive ali e atua no metabolismo, nas defesas do corpo e, quando se desequilibra, está ligada a males crônicos como diabetes e hipertensão. “Não se sabe muito bem o que vem antes, se é a alteração na microbiota ou a doença. O fato é que estão associados”, comenta Dan Waitzberg, gastroenterologista professor da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do grupo de estudos GANEP Nutrição Humana.

 

A microbiota evita que o intestino seja colonizado por agentes que causam doenças pelo corpo, mas não é só isso. Ela também colabora para o desenvolvimento das defesas do organismo desde o nascimento, com uma espécie de treino para combater ameaças. É por causa desses seres microscópicos que também conseguimos obter alguns nutrientes bem importantes para a saúde, como vitamina K, B12 e ácidos graxos de cadeias curtas, substâncias que têm função anti-inflamatória, e ainda contribuem para a melhor absorção de minerais.

 

Inclusive o Ministério da Saúde publicou uma pesquisa que avalia o papel da microbiota intestinal na saúde humana.

Microbiota saudável pode prevenir obesidade e diabetes tipo 2

A comunidade científica tem estado em alerta com estudos publicados recentemente que mostram a possibilidade de nossa flora intestinal influenciar, de alguma maneira em alterações metabólicas capazes de facilitar o desenvolvimento do diabetes tipo 2 e da obesidade. 

 

Já se sabe, após publicação de vários trabalhos científicos, que nossa flora intestinal é capaz de influenciar a eficiência do sistema imunológico, a absorção do colesterol, a regulação do funcionamento intestinal, além de produzir vitaminas importantes e de nos proteger do câncer do intestino. 

 

Um estudo recente feito em ratos mostrou que o transplante da flora intestinal de ratos obesos para o intestino de ratos com peso normal fez com que os mesmos ganhassem peso. No mesmo estudo o transplante da flora intestinal dos ratos magros para o intestino dos ratos obesos fez estes perderem peso. Resultado no mínimo intrigante, não é mesmo? 

 

Nosso intestino é colonizado por aproximadamente 100 trilhões de microscópicos seres como bactérias e fungos, conhecidos como micro-organismos e seu habitat de microbiota intestinal. Só para fazer uma comparação, temos mais micro-organismos morando em nosso intestino que o total de células somadas do corpo todo. Existem alguns autores de estudos que comparam nosso intestino, e sua microbiota, à um “segundo” cérebro, tamanha sua influência em todo o organismo.

 

Outros estudos, também recentes, mostraram que nossa flora intestinal, quando saudável, produz substâncias que influenciam na ação do hormônio insulina. O esperado é que a insulina tenha a sua ação preservada, ou seja, conseguir “jogar” para “dentro” das células a glicose que está circulando no sangue para que as elas à utilizem como um combustível para gerar energia. 

 

Quando esta ação da insulina estiver alterada, quadro este chamado de resistência à insulina, a sobra da glicose sanguínea que não foi utilizada pelas células gera o aumento do tecido adiposo que é um reservatório de combustível não utilizado pelo organismo e consequentemente, o ganho de peso e a tendência ao desenvolvimento do diabetes tipo 2 ficam evidentes. 

 

Pode ser que a flora intestinal influencie neste eixo, ou seja, quando desequilibrada (disbiose) dificulte a ação da insulina. Porém, muitos estudos ainda deverão ser feitos para elucidar melhor esta interação.

 

É importante frisar que fatores ambientais podem influenciar diretamente o equilíbrio da flora intestinal, como idade, uso de medicamentos (antibióticos), alimentação, estresse, agrotóxicos, pH intestinal, entre outros. Consideramos equilíbrio quando a flora intestinal é composta, na sua maior parte, por bactérias benéficas, existindo vários tipos de lactobacilos, como mencionados anteriormente, que fazem parte deste time: Bifidobacterium, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus rhamnosus, entre outros.

 

Probióticos na alimentação

 

Pensando na questão alimentar, a presença das fibras no prato é fundamental, pois estas promovem o desenvolvimento da flora intestinal saudável, servindo como “comida” para as boas bactérias se desenvolverem. 

 

Podemos encontrá-las nas cascas das frutas, nos cereais integrais (pães, arroz, aveia), nas leguminosas (feijões, soja, grão-de-bico, ervilha, lentilha ) e nos vegetais folhosos ( alface, rúcula, agrião, couve, entre outros). Cebola, alho, banana e tomate também carregam substâncias ( frutooligosacarídeos ) que estimulam o desenvolvimento de uma microbiota saudável. 

 

Existem também alimentos que trazem consigo os próprios probióticos (lactobacilos), como é o caso dos iogurtes, kefir, chucrute (repolho fermentado), tempeh (produto da soja fermentada) e leite fermentado. O problema é que a acidez do estômago acaba dificultando a sobrevivência destes lactobacilos presentes ou acrescentados nos alimentos, já que os mesmos não resistem ao pH muito baixo do estômago, chegando a maior parte incapazes de se proliferarem no intestino.

 

Uma estratégia utilizada hoje é a prescrição de lactobacilos na forma liofilizada ou até dentro de cápsulas, ficando protegidos da acidez excessiva do estômago e chegando ao intestino com mais chance de se desenvolverem, ajudando na manutenção ou no restabelecimento da flora saudável, caso tenha havido algum fator lesivo para a mesma, como quando há o uso de antibióticos para tratamento de infecções. 

 

Durante quadros de diarreias, principalmente as virais, a prescrição de probióticos como Saccharomyces boulardii ajuda a diminuir o número de evacuações e a recuperar a flora intestinal lesada. Porém, é importante fazer uso de suplemento de probióticos somente após a avaliação de um profissional especializado ( médicos e nutricionistas ) , pois o uso contínuo destes pode trazer risco de excesso de crescimento destas bactérias que, mesmo sendo benéficas, podem levar à uma fermentação excessiva dos alimentos que chegam ao intestino levando a sensação de estufamento da barriga, cólicas, dores abdominais e até mesmo diarreia. 

 

Pacientes com doenças que causam imunodeficiência grave só devem usar suplementos de probióticos com orientação médica, pois são contraindicados em alguns casos.

Ficamos no aguardo de mais estudos sobre a intrigante correlação da flora intestinal com a obesidade e o diabetes do tipo 2

 

Enquanto isto vale a pena cuidarmos do nosso intestino com atenção, mantendo uma alimentação correta em fibras, dando preferência aos alimentos livres de agrotóxicos, orgânicos, e evitando o uso indiscriminado de antibióticos sem real necessidade. A prevenção sempre será o melhor remédio!

 

Frisando os principais pontos a se atentar

 

  • Os probióticos são suplementos que contêm micro-organismos vivos capazes de beneficiar nosso organismo.
  • Existem diferentes espécies e cepas bacterianas, algumas mais eficazes que outras na hora de tratar diferentes sintomas e patologias.
  • O consumo de probióticos é considerado seguro para a maioria das pessoas. No entanto pode desencadear infecções em pessoas imunodeprimidas, por isso, sempre procure orientação médica e nunca se automedique! 

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