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O artigo de hoje aqui do Cliquefarma é a respeito de algo que afeta vez ou outra todas as pessoas. Os distúrbios digestivos. Vamos saber quais são os principais deles, suas causas, sintomas, tratamentos e muito mais! Confira este artigo até o final para tirar todas as suas dúvidas a esse respeito!

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O que são distúrbios digestivos ou distúrbios gastrointestinais?

Os distúrbios digestivos ou patologias gastrointestinais são doenças que atacam o sistema digestivo (estômago, esôfago, intestino grosso, intestino delgado, cólon, reto e ânus), assim como os órgãos que fazem parte da digestão como pâncreas, fígado e vesícula biliar.

São variados os problemas inerentes dessas regiões e sistema. Desde os mais conhecidos até os menos comuns aos nossos ouvidos, temos engasgo, vômito, gases, prisão de ventre, gastrite, pancreatite, úlcera péptica (escoriação da mucosa causa pelo conteúdo gástrico), refluxo gastroesofágico, acalasia (infecção do esfíncter esofágico inferior), insuficiência pancreática (incapacidade de secretar seu suco no intestino delgado), entre outros.

De maneira geral, vamos explicar neste texto as causas, sintomas e tratamentos desses distúrbios, para lhe ajudar na identificação de possíveis sintomas e buscar ajuda de um especialista.

Quais os fatores de risco de maneira geral aos distúrbios digestivos?

As causas mais comuns nas doenças gastrointestinais são: má alimentação, estresse, sedentarismo, obesidade, alcoolismo, tabagismo, inclusive uso de anti-inflamatórios, assim como em outros tipos de patologias.

Esses fatores de risco estão muito presentes no estilo de vida atual das pessoas e isso faz com que o número de casos de distúrbios digestivos em geral aumente consideravelmente.

No ano de 2013, o Ministério da Saúde divulgou pesquisa que registrava 400 mil internações por diarreia todo ano. O estudo, que foi realizado no período de 2008 a 2011, considerou os 100 maiores municípios brasileiros em população.

Pode-se dizer que até hoje existe essa preocupação com a qualidade de vida por meio do Ministério, visto que a desidratação, a principal complicação da diarreia, pode até matar. É por isso que é muito importante nos cuidar para evitar esse tipo de quadro, principalmente entre os jovens e mulheres.

Quais os sintomas de distúrbios digestivos?

Em linhas gerais, os principais sintomas relacionados ao trato gastrointestinal são:

  • Diarreia;
  • Constipação;
  • Hemorragia do trato digestivo;
  • Regurgitação;
  • Dificuldade em engolir;
  • Dor abdominal crônica;
  • Dor ou sangramento retal;
  • Náuseas e vômitos;
  • Sensação de nó na garganta;
  • Dor torácica;
  • Dispepsia.

Esses sintomas podem corresponder a alguma patologia do sistema digestivo, como refluxo gastroesofágico, gastrite, e até mesmo o câncer, podendo ocorrer sérias complicações.

Por isso, faz-se tão importante a observação repetida dos sintomas que, a princípio, parecem tão comuns no dia a dia, porém podem afetar vários pontos de nosso organismo.

Como se dão os diagnósticos?

Como estamos tratando aqui os distúrbios gastrointestinais de maneira geral, vamos apontar como se pode identificar algumas doenças também de forma geral.

Para o diagnóstico de qualquer patologia digestiva, a primeira ação é reconhecer com clareza os sintomas já citados anteriormente. Após a identificação, é possível levantar algumas hipóteses de quais doenças podem ser, mas apenas com a realização de exames específicos é que o especialista terá condições de dar um diagnóstico correto.

O exame físico é preciso para detectar do que se trata a doença, portanto o médico pode pedir alguns exames como os principais: colonoscopia, endoscopia, ressonância magnética, análises de sangue e fezes, tomografia e até mesmo biópsias.

E os tratamentos?

Os tratamentos são variados de acordo com a patologia identificada, sua região, órgão, etc.

Em linhas gerais, a mudança do estilo de vida se faz muito necessária para o tratamento de qualquer distúrbio gastrointestinal, pois estão ligados diretamente à alimentação saudável, exercícios físicos e equilíbrio mental.

Além da ingestão de alimentos mais saudáveis e melhor qualidade de vida, o paciente deverá tomar remédios indicados para cada caso e, em situações mais graves como câncer, seguir as recomendações de tratamentos como quimioterapia, radioterapia e dietas específicas.

Principais distúrbios digestivos

Agora vamos falar um pouco sobre os distúrbios digestivos mais comuns, suas causas, sintomas e tratamentos de maneira mais resumida. Confira:

Engasgo

O engasgo é uma manifestação do organismo para expelir o alimento ou objeto que toma um caminho errado. Na parte superior da laringe localiza-se a epiglote, que funciona como uma porta que permanece aberta para permitir a chegada do ar aos pulmões e se fecha quando engolimos algo, a fim de bloquear a passagem do alimento para os pulmões e encaminhá-lo ao estômago.

Em alguns casos, a epiglote falha, o alimento segue para a laringe e para, bloqueando a passagem de ar até os pulmões e isso faz com que o organismo reaja com jatos de ar que são enviados pelas terminações nervosas da laringe. A saída do alimento ocorre pela boca ou nariz e marca o fim do engasgo.

O engasgo pode ser bastante perigoso se a vítima não for rapidamente socorrida, pois a falta de ar pode causar a morte. Por esse fato é importante que a pessoa engasgada tussa para expelir o alimento que bloqueia a epiglote. Caso a pessoa não consiga, pode-se aplicar a Manobra de Heimlich que é o melhor método para desobstruir as vias aéreas.

Deve-se posicionar atrás da pessoa engasgada e abraçá-la na altura do estômago. O passo seguinte é dar empurrões para cima e para dentro, ao mesmo tempo, para comprimir o abdômen contra os pulmões, forçando o desbloqueio da epiglote.

Se a vítima estiver inconsciente é necessário chamar rapidamente o serviço médico de urgência para que procedam da forma correta e necessária a fim de preservar a vida da vítima.

Os procedimentos normalmente utilizados são:

Ventilação mecânica: é o método que utiliza uma máscara de ventilação para auxiliar a entrada e a saída de ar do organismo.

Traqueostomia: é o método que utiliza a abertura da traqueia para fazer o desbloqueio da mesma.

Intubação endotraqueal: é o método que utiliza um tubo que é introduzido na traqueia para facilitar a ventilação mecânica ou a ventilação através de aparelhos.

Cricotireoidostomia: é o método que utiliza a abertura da laringe ao nível da membrana cricotiroidea para acessar rapidamente a via aérea.

Náusea e vômito

Náuseas e vômitos são sintomas muito comuns que podem ser causados por uma grande variedade de condições. O vômito é um reflexo incontrolável que expele o conteúdo do estômago através da boca. Náusea é o termo usado para descrever a sensação de que você vai vomitar, mas não são os vômitos em si, nem significam que você irá vomitar com certeza.

Ambos os sintomas são muito comuns e ocorrem em crianças e adultos, embora sejam mais comuns em mulheres grávidas e pacientes submetidos a tratamentos de câncer.

Normalmente o vômito é inofensivo, mas pode ser um sinal de uma doença mais grave. Alguns exemplos de doenças graves que podem resultar em náusea ou vômito incluem infarto agudo do miocárdio, contusões, meningite, obstrução intestinal, apendicite e tumores cerebrais.

Raramente, vômitos podem rasgar a mucosa do esôfago e causar sangramento, também conhecido como uma síndrome de Mallory-Weiss. Se o esôfago é rompido e perfurado, isso é chamado de síndrome de Boerhaave, e é uma emergência médica.

Vômitos na gravidez

Durante a gravidez, podem ocorrer vômitos em decorrência das alterações hormonais. Por outro lado, vômitos recorrentes podem estar associados a uma condição chamada hiperêmese gravídica, em que a mãe pode desenvolver desequilíbrios de fluidos e minerais, que colocam em perigo a sua vida ou a do feto.

Vômitos em crianças

As causas mais comuns de vômitos em crianças são as infecções virais e intoxicação alimentar. No entanto, o vômito também pode ser causado por cinetose, tosse e comer demais.

Em crianças muito jovens, bloqueios no intestino também podem causar vômitos persistentes. Os intestinos podem ser bloqueados por uma hérnia, cálculos biliares ou tumores. Isso é raro, mas deve ser investigado.

Vômitos em adultos

A maioria dos adultos raramente vomita. Quando isso ocorre, o vômito é geralmente causado por abuso de álcool ou outras substâncias, uma infecção bacteriana ou viral, ou um tipo de intoxicação alimentar. Em alguns casos, vômitos também podem ser ocasionados por outras doenças, como doenças cardiovasculares, neoplasias e infecções.

Náuseas e vômitos podem ocorrer separadamente ou em conjunto. As causas mais comuns incluem:

  • Quimioterapia
  • Gastroparesia (mau funcionamento dos músculos do estômago)
  • Anestesia geral
  • Enxaqueca
  • Cinetose
  • Abuso ou overdose de álcool, substâncias ilícitas ou substâncias tóxicas
  • Rotavírus
  • Vertigem
  • Gastroenterite viral
  • Intoxicação alimentar

Há casos menos comuns de doenças que podem causar náuseas e vômitos, como:

  • Doença de Addison
  • Hepatite alcoólica
  • Anafilaxia
  • Anorexia nervosa
  • Apendicite
  • Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)
  • Cérebro AVM (malformação arteriovenosa)
  • Hemorragia cerebral
  • AVC
  • Tumor cerebral
  • Bulimia nervosa
  • Doença renal crônica
  • Hiperplasia adrenal congênita
  • Doença de Crohn
  • Síndrome de vômito cíclico
  • Depressão
  • Cetoacidose diabética
  • Tonturas
  • Infecção no ouvido (ouvido médio)
  • Convulsões
  • Cálculos biliares
  • Transtorno de ansiedade generalizada
  • Doença do refluxo gastroesofágico
  • Lesão na cabeça
  • Infarto
  • Insuficiência cardíaca
  • Doença de Hirschsprung
  • Hidrocefalia
  • Hiperparatiroidismo
  • Hipertireoidismo
  • Hipoparatireoidismo
  • Isquemia intestinal
  • Obstrução intestinal
  • Hematoma intracraniano
  • Intussuscepção (em crianças)
  • Síndrome do intestino irritável
  • Câncer de fígado
  • Insuficiência hepática
  • Doença de Ménière
  • Meningite
  • Alergia ao leite (em bebês e crianças)
  • Dor de estômago não ulcerosa
  • Câncer de pâncreas
  • Pancreatite
  • Gastrite
  • Úlcera péptica
  • Porfiria
  • Pseudotumor cerebral
  • Estenose pilórica (em crianças)
  • Radioterapia
  • Fibrose retroperitoneal
  • Transtorno de ansiedade social
  • Epilepsia
  • Traumatismo crânio-encefálico

As causas mostradas aqui são comumente associadas a estes sintomas, no entanto, não quer dizer que você tenha esse problema. Converse com um médico ou profissional para um diagnóstico preciso e orientação sobre cuidados de saúde.

Cuidados

O tratamento para vômitos e náusea (independentemente da idade ou causa) inclui:

  • Beber maiores quantidades de água gradualmente
  • Evitar alimentos sólidos até que o episódio de vômitos passe
  • Temporariamente tome cuidado com todas as medicações orais que podem irritar o estômago e piorar os vômitos. No entanto, não interrompa qualquer medicação antes de verificar com seu médico
  • Se os vômitos e diarreia durarem mais de 24 horas, uma solução de reidratação oral, tal como bebidas isotônicas, deve ser utilizada para prevenir e tratar a desidratação.

Vômitos associados a tratamentos de câncer muitas vezes podem ser tratados com um outro tipo de terapia medicamentosa. Há também medicamentos que podem ser utilizados para controlar os vômitos associados com gravidez, cinetose e algumas formas de tonturas. No entanto, consulte um médico antes de usar estes tratamentos.

Prevenção

Quando você começa a se sentir enjoado e com náusea, é possível evitar o vômito com algumas atitudes:

  • Beba pequenas quantidades de líquidos claros
  • Descanse na posição sentada. Excesso de atividade pode piorar a náusea e levar a vômitos
  • Evite ler ou usar tablets e smartphones em viagens, especialmente para aqueles que sofrem de cinetose.

Refluxo

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma doença digestiva em que os ácidos presentes dentro do estômago voltam pelo esôfago ao invés de seguir o fluxo normal da digestão. Esse movimento é conhecido como refluxo e irrita os tecidos que revestem o esôfago, causando sintomas típicos como azia, tosse e dor no peito.

Causas

Se o esfíncter não fechar bem, tudo o que a pessoa comeu, bebeu e até mesmo o suco gástrico usado na digestão pode vazar de volta para o esôfago. Isso é chamado de refluxo gastroesofágico. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é definida pela presença do refluxo gastroesofágico associado a sintomas ou complicações.

Entre as causas pode-se citar:

  • Hérnia de hiato
  • Hipotonia do esfíncter esofagiano inferior
  • Perda da peristalse do esôfago (contrações musculares coordenadas para conduzir o alimento para o estômago)
  • Aumento da secreção gástrica
  • Aumento da pressão intra-abdominal
  • Estômago muito cheio por tempo prolongado.

Alguns fatores são considerados de risco, pois aumentam as chances de uma pessoa apresentar a doença do refluxo gastroesofágico:

  • Obesidade
  • Gravidez
  • Hérnia de Hiato, em que parte do estômago se move acima do diafragma
  • Tabagismo
  • Asma
  • Diabetes
  • Atraso no esvaziamento do estômago
  • Esclerodermia e outros distúrbios do tecido conjuntivo
  • Uso de certas medicações como betabloqueadores, broncodilatadores, bloqueadores dos canais de cálcio para pressão arterial alta, agonistas dopaminérgicos, sedativos e antidepressivos tricíclicos
  • Alimentação: chocolate, pimenta, frituras, café e bebidas alcoólicas estão entre os itens que, se consumidos em excesso, podem contribuir para o refluxo.

Sintomas de Doença do refluxo gastroesofágico

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Alguns sintomas são característicos da doença de refluxo gastroesofágico. Veja:

  • Azia
  • Dor no peito
  • Regurgitação
  • Tosse seca
  • Rouquidão
  • Dor de garganta
  • Náusea após refeições
  • Afta
  • Pigarro
  • Sinusite
  • Otite
  • Sensação de “bolo na garganta”
  • Erosão dentária.

Uma pessoa diagnosticada com DRGE pode ter a sensação de que o alimento pode ter ficado preso na garganta e pode sentir os sinais da doença aumentar ao se curvar, inclinar para a frente, ficar deitado ou comer. Os sintomas também costumam ser piores à noite e podem ser aliviados com antiácidos.

Tratamento de Doença do refluxo gastroesofágico

O tratamento da doença do refluxo gastroesofágico pode ser feito de maneiras diversas:

  • Ajustes na dieta e medidas posturais são os principais pilares
  • Uso de antiácidos, antagonistas H2, inibidores de bomba de prótons, agentes procinéticos e relaxadores do fundo gástrico
  • Cirurgias antirrefluxo como a fundoplicatura de Nissen são usadas em casos selecionados, considerando idade do paciente, sintomas, características anatômicas e funcionais do esôfago, complicações do refluxo e preferências do paciente. Esta cirurgia consiste em envolver o esôfago com a parte do estômago que está mais próxima e costurar esse fundo gástrico ao redor do esôfago distal, formando uma válvula antirrefluxo. 

Geralmente a cirurgia é feita por via laparoscópica. Apesar da mortalidade associada à cirurgia ser inferior a 1%, até um quarto dos pacientes apresenta sintomas no pós-operatório como dificuldade de engolir e sensação de distensão no estômago, com dificuldade de arrotar. Além disso, após um período de 10 anos, a maioria dos pacientes volta a usar medicamentos para o tratamento da DRGE.

Prevenção

Manter um peso saudável e fazer visitas frequentes ao médico é uma boa forma de prevenir não só a doença do refluxo gastroesofágico, como também outras doenças do trato digestivo. Evitar o fumo e o consumo excessivo de bebidas alcóolicas também pode ajudar a impedir a doença.

Úlcera gástrica

A úlcera gástrica, também conhecida como úlcera péptica ou úlcera no estômago, é uma ferida que se forma no tecido que reveste o estômago, causada por diversos fatores, como má alimentação ou infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), por exemplo.

A presença dessa úlcera leva ao aparecimento de alguns sintomas, como dor de estômago, náuseas e vômitos, especialmente após comer, apesar de também poder não apresentar sintomas por muito tempo. Normalmente, a presença de uma úlcera não é uma situação muito grave, devendo ser tratada com medicamentos antiácidos, que evitam que o suco gástrico presente no estômago torne a ferida ainda maior.

Causas e fatores de risco

A úlcera gástrica se forma quando o estômago fica vulnerável à sua própria acidez, ao ter suas defesas enfraquecidas, podendo acontecer principalmente devido a:

  • Fator genético;
  • Uso de medicamentos que afetam as defesas da parede do estômago, como anti-inflamatórios ou AAS, por exemplo;
  • Infecção pela bactéria Helicobacter pylori, que se multiplica no estômago e enfraquece a sua barreira protetora;
  • Consumo de bebidas alcoólicas e uso de cigarro, que têm efeito irritativo;
  • Estresse, situação que afeta as defesas da mucosa do estômago e favorece o surgimento de sintomas.

Além disso, uma alimentação desequilibrada, rica em gordura, açúcares e alimentos irritativos, como cafeína ou pimenta, por exemplo, podem agravar os sintomas e a progressão da úlcera e outras doenças gástricas, como o refluxo.

Sintomas de úlcera gástrica

Os sintomas de úlcera gástrica por vezes pioram após a alimentação, mesmo quando a pessoa faz uso de medicamentos que controlam a digestão. Os principais sintomas de úlcera gástrica são:

  • Dor abdominal forte, em forma de pontada, que piora ao comer ou ao beber;
  • Dor em forma de queimação na “boca do estômago”;
  • Enjoo;
  • Vômito;
  • Distensão abdominal;
  • Sangramentos na parede do estômago, o que pode causar saída de sangue nas fezes, visível ou identificado no exame de pesquisa de sangue nas fezes.

Também importante lembrar que, além da úlcera gástrica, pode-se formar uma úlcera duodenal, localizada na primeira porção do intestino, que costuma causar sintomas nos períodos em jejum ou durante a noite. 

Diagnóstico

O diagnóstico da úlcera gástrica é feito pelo gastroenterologista ou clínico geral a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, além de ser recomendada a realização de uma endoscopia digestiva alta para identificar a causa e verificar a extensão e gravidade da úlcera.

Tratamento

O tratamento para úlcera gástrica é feito com o uso de remédios que diminuem a acidez do estômago, como antiácidos ou inibidores da acidez, como Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol ou Esomeprazol, por exemplo, mesmo durante a gravidez. Pode ser recomendado também pelo médico o uso de analgésicos para controlar as dores, caso haja necessidade. No caso da endoscopia indicar a infecção por H. pylori, o médico pode recomendar o uso de antibióticos, como Amoxicilina e Claritromicina.

É importante também que a pessoa tenha atenção à alimentação, dando preferência a frutas, legumes e verduras cozidos, grãos, laticínios light, pão, e carnes magras, e evitando alimentos muito quentes, bebidas alcoólicas, refrigerantes, sanduíches, fast food, frituras e doces em geral. É recomendado que seja também evitado uso de cigarro e o consumo de alimentos que promovem a liberação do ácido gástrico, como café, chá preto, mate, condimentos, molhos picantes e frutas ácidas como caju, laranja, limão e abacaxi.

Diarreia

A diarreia é definida como mais de duas evacuações aquosas (bastante líquidas) diárias ou mais do que é o habitual para aquela pessoa. Pode ocorrer ainda a perda da consistência das fezes com ou sem a presença de muco ou sangue.

Na maioria dos casos, a diarreia dura alguns dias, porém quando ela dura semanas, pode indicar uma doença grave, como uma infecção persistente, um câncer, rotavírus ou uma doença inflamatória intestinal.

Tipos

A diarreia pode ser tanto aguda quanto crônica. O fator determinante para esta classificação é o tempo de duração dos sintomas.

Diarreia aguda

A diarreia aguda é caracterizada por episódios diarreicos até 14 dias. Chama-se de diarreia persistente quando a doença dura de 14 a 28 dias. A maioria dos casos são de origem infecciosa como bactérias, vírus e protozoários.

Diarreia crônica

A diarreia crônica persiste por mais de quatro semanas e pode indicar desde síndrome do intestino irritável até condições mais graves, como doença de Crohn, retocolite ulcerativa e câncer.

Este tipo de diarreia é causado principalmente por doenças infecciosas, inflamatórias e disabsortivas.

Causas

A causa mais comum da diarreia é a infecção por vírus, bactérias ou outros parasitas que entram no organismo, causando gastroenterite (inflamação aguda que compromete os órgãos do sistema gastrointestinal).

A diarreia também pode ser causada por intoxicação alimentar e por alguns medicamentos, como antibióticos, laxantes que contenham magnésio e quimioterapia. Algumas doenças também podem levar à diarreia, como:

  • Doença de Chron
  • Colites ulcerosas
  • Doença celíaca
  • Síndrome do intestino irritável
  • Intolerância à lactose
  • Flora intestinal desequilibrada

Sintomas

A diarreia costuma ser um sintoma de outros quadros e apresenta consigo outros sinais, que podem variar de intensidade. O principal sinal do quadro é a presença de fezes líquidas na evacuação.

O paciente também pode manifestar dores na região abdominal e uma vontade constante de ir ao banheiro.

Principais sinais

  • Fezes líquidas
  • Cólicas abdominais
  • Dor abdominal
  • Febre
  • Sangue nas fezes
  • Inchaço
  • Náusea

Fatores de risco

Por ser uma doença muito comum, qualquer pessoa, de qualquer idade, pode apresentar diarreia. Não importa o gênero nem a idade.

Entretanto, alguns comportamentos de risco podem levar ao surgimento da diarreia. Veja:

  • Ingerir água e alimentos contaminados com fezes humanas ou animais
  • Viajar para países que não tenham bom saneamento de água
  • Consumo exacerbado de cafeína
  • Consumo exacerbado de álcool
  • Tabagismo

Prevenção

Diarreia associada a antibióticos pode ser prevenida com o uso de suplementos que contêm bactérias benéficas. Para saber mais sobre isso, converse com seu médico. Iogurte com culturas vivas ou ativas são uma boa fonte dessas bactérias benéficas e também ajudam a evitar a diarreia.

As seguintes medidas de saúde podem ajudar na prevenção de doenças que provocam diarreia:

  • Lave as mãos com frequência, principalmente após ir ao banheiro e antes de comer
  • Use álcool em gel para desinfetar as mãos com frequência
  • Ensine as crianças a não levar objetos à boca

Ao viajar para áreas subdesenvolvidas, siga as medidas abaixo para evitar a diarreia:

  • Beba somente água mineral e não use gelo, a menos que ele seja feito com água mineral
  • Evite vegetais não cozidos ou frutas com casca
  • Evite frutos do mar crus ou carne mal passada
  • Evite o consumo de lacticínios, principalmente se tiver intolerância à lactose

Gastroenterite

A gastroenterite é uma inflamação aguda que compromete os órgãos do sistema gastrointestinal. O problema é mais comum no verão e em locais sem tratamento de água, rede de esgoto, água encanada ou destino adequado de dejetos. Entre os sintomas mais comuns estão diarreia e vômitos.

Causas

Ela pode ser provocada por vírus, bactérias e parasitas, que podem ser transmitidos pelo ar, pela mão em contato com a boca e por intoxicação alimentar. Uma das bactérias mais comuns é a Salmonella, encontrada em frango e ovos crus.

Alimentos conservados com pouca higiene e sem refrigeração também podem favorecer o acúmulo de micro-organismos que causam a gastroenterite.

Sintomas

Entre os sintomas mais comuns da gastroenterite estão:

  • Febre
  • Enjoo
  • Diarreia
  • Vômitos
  • Dores abdominais
  • Perda de peso
  • Perda de apetite
  • Desidratação

Tratamento e Cuidados

Se for causada por vírus, a gastroenterite pode passar sozinha e o tratamento serve apenas para amenizar sintomas e repor a perda de líquidos. O mesmo acontece nos casos provocados por alguns tipos de bactérias.

Dependendo do tipo de bactéria, pode ser necessária a administração de antibióticos ou outros medicamentos específicos. Além disso, pessoas com desidratação de grau moderado a grave também podem precisar de tratamento intravenoso para repor líquidos no organismo.

Pessoas com desidratação em grau moderado a grave também podem precisar de tratamento intravenoso para repor líquidos no organismo.

Prevenção

  • Lavar as mãos e alimentos
  • Frequentar restaurantes com boa conduta higiênica
  • Evitar alimentos crus
  • Cuidado com o prazo de validade e armazenamento
  • Consuma probióticos

Câncer de cólon

O câncer de cólon abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto, sendo um dos tipos de câncer mais incidentes no mundo. É tratável e curável na maioria dos casos detectado precocemente.

90% desses tumores se inicia a partir de pólipos (lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso). Um pólipo demora em média 10 anos. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos, por meio de procedimentos como a colonoscopia.

70% dos cânceres aparecem no reto. Já os cânceres colorretais familiares (como pais e avós) aparecem mais no cólon direito, perto do apêndice.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 36.360, sendo 17.380 homens e 18.980 mulheres. Além disso, o câncer de cólon é responsável por mais de 15 mil vítimas anualmente no Brasil.

Causas

O câncer colorretal resulta da interação de fatores genéticos, ambientais e dietéticos. Algumas síndromes genéticas são responsáveis por uma minoria dos casos, sendo a maioria dos casos ocorridos ao acaso devido a interação dos fatores de risco que seguem.

Fatores de risco

Pólipos adenomatosos

Os pólipos adenomatosos vão em algum momento se alterar (displasia), até evoluírem para adenocarcinoma, que é o câncer de cólon mais comum. 

Idade

A incidência é maior em homens e mulheres com idade superior a 50 anos. Não se sabe ao certo porque isso acontece. Uma possibilidade é a de que essas pessoas tenham sido expostas a fatores de risco por mais tempo.

Diabetes e obesidade

Pessoas com diabetes, resistência à insulina e obesidade podem ter um risco aumentado de câncer de cólon e de sofrer complicações da doença.

Tabagismo e alcoolismo

É sabido que pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool estão em maior risco para desenvolver a doença. Este risco é maior para pessoas que ingerem mais de 45 g de álcool por dia (equivalente a aproximadamente três latas de cerveja de 350 mL, três taças de vinho de 150 mL ou três doses de uísque de 40 mL). Além disso, sabe-se que o tabagismo também aumenta o risco de câncer de cólon, uma vez que as substâncias nocivas do cigarro podem afetar as células do intestino.

Doença inflamatória intestinal (DII)

O câncer de cólon está relacionado com a retocolite ulcerativa, uma doença autoimune que agride a mucosa colorretal, cujo dano crônico nas células da mucosa favorecem o surgimento da displasia que dará origem à lesão maligna. A retocolite sub-tratada e em atividade e de longa data são fatores que possibilitam a degeneração para o câncer de cólon. Colonoscopias periódicas mantém estes pacientes em vigilância e identifica precocemente lesões suspeitas.

Doença de Crohn também pode evoluir para um câncer colorretal de forma semelhante à colite ulcerativa.

Polipose adenomatosa familiar

Essa é uma doença hereditária, determinada quando há mais de 100 pólipos adenomatosos pelos segmentos dos cólons. Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito quando já há o desenvolvimento do câncer de cólon em pacientes jovens. Nesse caso, todos os familiares diretos devem ser submetidos a colonoscopia para que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível.

Histórico familiar

Estatisticamente, parece realmente tratar-se de doença hereditária, não obrigatória. Acredita-se que pessoas com avós, pais e irmãos com câncer de cólon expostos a fatores de risco têm muito mais chance de desenvolver a doença, daí a necessidade de se realizarem exames preventivos.

Síndrome de Lynch

Doença hereditária autossômica dominante, responsável por cerca de 3 a 5% dos tumores colorretais. Cerca de 70% dos pacientes com a síndrome têm chance de desenvolver câncer colorretal. Pacientes jovens, com manifestações principalmente no cólon direito. Observar esses critérios é importante para avaliar a presença da Síndrome de Lynch:

  • Três ou mais familiares com câncer de cólon, duas gerações sucessivas afetadas e pelo menos um com idade inferior a 50 anos
  • Três ou mais familiares com um dos tumores a seguir: câncer colorretal, endométrio, intestino delgado, ureter e pélvis renal
  • Pelo menos duas gerações sucessivas e pelo menos um dos tumores diagnosticados em idade inferior a 50 anos.

Sintomas

Muitas pessoas com câncer de cólon não têm quaisquer sintomas nos estágios iniciais da doença. Quando os sintomas aparecem, eles podem variar, dependendo do tamanho e localização do câncer no intestino grosso. Os sintomas mais comuns são:

  • Uma mudança em seus hábitos intestinais, incluindo diarreia ou constipação
  • Fezes pastosas de cor escura
  • Fezes afiladas (em fita)
  • Sangramento retal ou sangue nas fezes
  • Desconforto abdominal persistente, como cólicas, gases ou dor
  • Sensação de que o seu intestino não esvazia completamente
  • Fraqueza ou fadiga
  • Perda de peso inexplicável
  • Náuseas e vômito
  • Sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar.

Ao notar quaisquer sintomas de câncer colorretal, tais como sangue nas fezes ou uma alteração persistente nos hábitos intestinais, marcar uma consulta com seu médico.

Tratamento 

O que vai determinar a escolha é o estadiamento do tumor e se já apresenta o diagnóstico com metástase ou não. Outro fator determinante para o tratamento é o paciente e qual o seu estado de saúde e época da vida. Tratar o câncer de cólon em uma mulher de 45 anos, saudável, é completamente diferente de fazer o tratamento em uma mulher com 80 anos e doenças relacionadas – ainda que o tipo e extensão do câncer sejam exatamente iguais. 

Nesse caso, deve ser levado em conta o impacto dos tratamentos e se eles irão interferir na qualidade de vida do paciente.

Levando apenas isso em conta, tumores menores e que estão restritos ao intestino são apenas operados. Já tumores que comprometeram muito do intestino ou mesmo avançaram para órgãos ou gânglios próximos são combinados com sessões de quimioterapia por entre três e seis meses.

Além disso, tumores próximos do reto podem ser tratados também com radioterapia aliada à cirurgia. Então, os tratamentos podem ser os seguintes:

  1. Cirurgia para câncer de cólon em estágio inicial
  2. Cirurgia invasiva para câncer colorretal
  3. Quimioterapia
  4. Radioterapia
  5. Terapia alvo

Prevenção

  • Faça os exames regularmente
  • Cuide de doenças do cólon e reto
  • Evite alguns alimentos
  • Coma mais fibras
  • Controle o peso
  • Beba mais líquidos
  • Modere no álcool
  • Pare de fumar

disturbios digestivos 3

Com este texto esperamos ter esclarecido o entendimento básico sobre doenças e distúrbios digestivos, como identificação de fatores de risco para prevenção dessas doenças e de sintomas para que você possa procurar um especialista adequado para diagnósticos precisos. Qualquer dúvida sobre o assunto ou experiência que queira compartilhar, é só deixar um comentário no box abaixo que teremos prazer em interagir com você!

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