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Você já ouviu falar na Síndrome de Borderline? O Cliquefarma explica agora para você tudo sobre esse Transtorno de personalidade, o que ele é, de fato, qual a causa, os sintomas, como funciona o tratamento, qual o prognóstico, se existe e prevenção e assim por diante. Confira o artigo completo agora mesmo para ficar por dentro! 

sindrome de borderline 1

O que é Transtorno de Personalidade Borderline?

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno de saúde mental que pode causar um padrão de instabilidade comportamental nas relações interpessoais, na autoimagem e afetos.

 

É considerado um transtorno de personalidade fronteiriço ou limítrofe entre uma modalidade “não normal” da personalidade de se relacionar com o mundo e um estado que pode ser considerado patológico.

 

A pessoa com síndrome de Borderline apresenta sintomas como impulsividade, visão distorcida de si e dos outros, medo de abandono ou de ficar sozinho e reações agressivas e intensas.

 

A prevalência média do Transtorno de Personalidade Borderline na população é estimada em 1,6%, embora possa chegar a 5,9% e costuma ser mais comum em pessoas do sexo feminino.

Origem do Transtorno de Borderline

O termo “Transtorno de Personalidade Borderline” (TPB) foi usado pela primeira vez em 1884 e, desde então, passou por diversos conceitos ao longo dos anos.

 

Originalmente, o termo “Borderline” se referia a um grupo de pacientes que vivia no limite da sanidade (daí o termo “limítrofe”), ou seja, na fronteira (borda, borderline) entre a neurose e a psicose. Alguns autores da época usavam esse diagnóstico quando havia sintomas neuróticos graves.

 

Foi apenas na década de 1980 que o diagnóstico da doença se tornou mais preciso. Até então, muitos médicos acreditavam, equivocadamente, que a personalidade de uma pessoa era imutável.

Sintomas de Transtorno de Personalidade Borderline

O transtorno de borderline pode ter início na adolescência ou na idade adulta. Entre as características do Borderline, destacam-se:

 

  • Instabilidade das relações interpessoais
  • Instabilidade da autoimagem
  • Instabilidade dos afetos
  • Impulsividade

 

A partir das características do transtorno, uma pessoa borderline pode desenvolver sintomas ao longo da vida como:

 

  • Instabilidade emocional
  • Desregulação afetiva excessiva
  • Sentimentos intensos e polarizados do tipo “tudo ótimo e tudo péssimo” ou “eu te adoro e eu te odeio”
  • Angústia de abandono
  • Percepção de ser invasivo
  • Impulsividade
  • Autolesão
  • Tédio
  • Sentimento de vazio
  • Pensamentos suicidas
  • Estresse
  • Raiva
  • Impaciência
  • Mudanças de humor frequentes
  • Reatividade do humor (disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias)
  • Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização
  • Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo
  • Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos.

Quais as causas?

As causas e fatores envolvidos no surgimento de Transtornos de Personalidade são diversos.

 

Predisposição genética e até experiências emocionais precoces e fatores ambientais, especialmente na infância, com destaque para as situações traumáticas e situações de abuso e negligência podem favorecer o borderline.

Fatores genéticos

A genética tem um papel importante no desenvolvimento do Borderline. Afinal, o transtorno é cinco vezes mais frequente em quem tem ou teve pais com borderline do que na população em geral.

Instabilidade familiar

O impacto do ambiente familiar no desenvolvimento da criança pode ser um fator importante.

 

Muitos desses pacientes passaram por negligência, abusos físicos e sexuais dentro da família, ou veem o casamento dos pais como algo conflituoso. Porém, vale ressaltar que também há pacientes com históricos familiares absolutamente comuns, sem nada de anormal.

 

Também há aumento do risco de Borderline quando existe na família o pai ou a mãe com transtorno por uso de substâncias, transtorno de personalidade antissocial, depressão ou transtorno bipolar.

Abuso de autoridade pelos pais

O Transtorno de Personalidade Borderline pode ser ainda a consequência de uma educação muito autoritária.

 

Com o tempo, as tentativas de autoafirmação da criança sucumbem aos desejos dos pais e ela se habitua a se submeter, desenvolvendo dúvidas sobre a própria capacidade e vergonha pelos seus fracassos.

 

Aos poucos, a criança para de tentar expressar as suas vontades, podendo levar a falhas na clarificação psíquica de si e do outro.

Diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline

Como identificar uma pessoa borderline?

O diagnóstico do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é clínico, baseado em uma minuciosa avaliação psiquiátrica feita por profissional de saúde mental qualificado.

 

Muitos profissionais envolvem o paciente no seu próprio diagnóstico, na medida em que vão mostrando a ele os critérios diagnósticos e perguntando quais deles os definem plenamente. Este método ajuda o paciente a aceitar melhor o diagnóstico. Entretanto, há profissionais que preferem não dizer ao paciente o diagnóstico por conta do estigma e também porque, antigamente, a identificação de Transtorno de Personalidade Borderline era tido como intratável.

 

De modo geral, falar com o paciente sobre o diagnóstico é a conduta preferível para a maioria dos especialistas. Questões que precisam ser perguntadas são sobre ideações suicidas, atos autolesivos e pensamentos sobre machucar os outros. O diagnóstico é clínico, baseado no relato do paciente e nas observações do médico.

Cuidado ao diagnosticar

É importante lembrar que, hoje, o diagnóstico é feito pela presença de uma coleção de traços e não por um critério isolado. Mas nem sempre a resposta é certeira: é comum a confusão do Transtorno de Personalidade Borderline com o Transtorno Bipolar, por exemplo.

Exames recomendados

Exame físico e testes de laboratório são recomendados para eliminar sintomas possíveis, como problemas de tireoide e abuso de substâncias. Exames de imagem são usados para afastar outras causas, especialmente neurológicas.

Diagnóstico precoce

Normalmente, o Transtorno de Personalidade Borderline demora a ser diagnosticado. Pode levar três, cinco, dez ou ainda mais anos até que seja descoberto. Por isso, é muito importante que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível e que o tratamento seja logo iniciado.

Quando deve-se buscar ajuda médica?

Sempre que o paciente com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) apresentar sintomas muito angustiantes e/ou reações que possam afetar ou machucar a si mesmo ou a outras pessoas, ele deve procurar um médico.

 

O mesmo ocorre quando há intenção suicida ou mesmo tentativa. Nesses casos, é muito importante que a família e, principalmente, os terapeutas tenham conhecimento desses pensamentos, pois eles podem ajudar.

Transtorno de personalidade borderline tem cura?

O Transtorno de Personalidade Borderline não tem cura. No entanto, é possível conviver com o transtorno de uma forma muito mais amena do que se pensava no passado.

 

Os conhecimentos mais recentes mostram que, mesmo com toda a conturbação e sofrimento que o portador de Borderline e de seus familiares, o curso do transtorno não é tão negativo como se pensava antes.

Como se dá o tratamento?

Psicoterapia

O tratamento inicial do Transtorno de Borderline é feito com a psicoterapia. Ela ajudará o paciente a controlar melhor seus impulsos e entender seu comportamento.

 

A psicoterapia é uma grande aliada para quem busca a melhora de aspectos emocionais. Além de oferecer auxílio em momentos de aflição, o acompanhamento de um psicólogo permite um maior entendimento frente às questões da vida.

 

Ter o acompanhamento de um psicólogo no dia a dia pode trazer transformações significativas em sua existência, independente do motivo que o fomentou a iniciar a psicoterapia.

 

Outro ponto trazido pelo tratamento com a psicoterapia é o foco, principalmente, nas questões do suicídio e da automutilação, além do aprendizado de novas habilidades, como consciência, eficácia interpessoal, cooperação adaptativa nas decepções e crises e na correta identificação e regulação de reações emocionais.

Terapia familiar

O tratamento de Borderline pode ser feito também com a ajuda da terapia familiar, pois, em geral, a família tende a abandonar o paciente ou a se tornar superprotetora. Os pais se dizem impotentes e relatam sofrer tanto quanto o paciente.

Medicamentos

Os remédios usados para tratar os pacientes com Síndrome de Borderline geralmente focam em sintomas isolados. Entre os medicamentos mais utilizados, estão:

 

  • Antidepressivos: para comorbidades como a depressão
  • Estabilizadores de humor: para problemas interpessoais e de raiva
  • Antipsicóticos: para impulsividade.

Objetivos do tratamento

No início, o tratamento pode aliviar alguns sintomas, principalmente aqueles que mais perturbam os pacientes. Porém, ao pensar no desenvolvimento da personalidade, o tratamento deverá ser de médio a longo prazo.

 

Os tratamentos, especialmente a psicoterapia, também podem ser breves, com duração de 20 sessões ou de longo prazo, de dois a três anos. Pesquisas atuais têm apontado que tratamentos de longo prazo produzem resultados mais duradouros no decorrer da vida.

 

O objetivo é ir além dos sintomas, buscando o desenvolvimento duradouro das capacidades psíquicas do paciente.

O que podemos dizer do prognóstico?

Como controlar o borderline?

Várias mudanças no comportamento e estilo de vida precisam ser implementadas para a minimização das complicações decorrentes do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Ter o conhecimento e a aceitação do diagnóstico é fundamental para que o paciente possa buscar ajuda médica e psicológica adequadas ao seu problema.

 

Além disso, é importante fazer contato com o psiquiatra sempre que sentir um excesso de angústia que possa transbordar a sua capacidade de continência psíquica, senão o paciente irá buscar alívio através de atos lesivos ao próprio corpo.

 

É preciso também tratar todas as comorbidade que surgirem e suspender o uso de álcool e qualquer outra substância ilícita psicoativa sem ordem médica.

 

Outra orientação é passar a viver uma vida com mais qualidade, regrada e sem excessos. A prática de exercícios físicos, higiene do sono e alimentação saudável são condutas indicadas. Frequentar grupos de apoio específicos para o Transtorno de Personalidade Borderline também é importante.

Redução dos sintomas

Os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) melhoram com o passar do tempo. Por volta dos 30 e 35 anos, os pacientes costumam apresentar uma melhora significativa.

 

Estatísticas sugerem que, com o devido tratamento, portadores do transtorno tendem a sofrer recessão dos sintomas em algum momento da fase adulta.

 

Dos que procuram ajuda profissional, 75% têm remissão da maior parte dos sintomas entre os 35 e 40 anos de idade; 15% entre os 40 e 50 anos de idade; e os 10% restantes podem não apresentar resultados satisfatórios ou cometem suicídio.

 

Os sintomas da síndrome tendem a sumir depois dos 40 anos. Mas, quando tratado adequadamente, o paciente poderá se organizar e melhorar a qualidade de vida e as suas relações.

Possíveis complicações 

O que é ser uma pessoa borderline?

A pessoa com Borderline tende a estar em constante estado de agitação, entenda melhor as características da pessoa borderline. As complicações costumam ocorrer quando há separação, abandono percebido ou desaprovação de outra pessoa.

 

Os indivíduos com este transtorno exibem impulsividade em áreas potencialmente prejudiciais para si próprios, tais como nos esportes, nos jogos de azar, no consumo de tabaco, álcool e drogas, gastos irresponsáveis, comer em excesso, abusar de medicamentos, praticar sexo inseguro e dirigir de forma impudente.

 

É por isso que, as complicações decorrentes do Transtorno de Personalidade Borderline são:

 

  • Distúrbios alimentares
  • Obesidade mórbida
  • Síndrome metabólica
  • Promiscuidade
  • Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)
  • Gravidez indesejada
  • Problemas com a lei
  • Dilapidação de patrimônio
  • Graves acidentes
  • Comportamento automutilante

 

Há ainda a possibilidade de comorbidade com outros transtornos psiquiátricos associados ao Transtorno de Personalidade Borderline. Entre outras complicações mais graves, estão gestos suicidas e o ato de suicídio em si.

sindrome de borderline 2

Hoje, sabemos que o risco maior de completar o suicídio a quem sofre da condição é nos 5 a 7 anos do início da manifestação. Depois disto, o risco diminui. Sendo assim, somente 10% das pessoas com Borderline chegam a consumar o suicídio.

É possível prevenir?

Intervenções sociais, como prevenção do abuso infantil, da violência doméstica e do abuso de substâncias nas famílias, podem ajudar a diminuir a ocorrência não só de Transtorno de Personalidade Borderline como também de um número significativo de diferentes problemas de saúde mental.

 

Em contraste, a prevenção específica do Borderline tende a se concentrar em reconhecer os traços da doença o mais cedo possível, seguido de tratamento intensivo.

 

O transtorno pode levar os pacientes a maiores dificuldades em relações amorosas, de trabalho ou amizade. Por isso, é importante que a pessoa e a família aprendam a lidar com o transtorno, evitando assim mais sofrimento e a chance de novas crises no paciente.

 

Igualmente, incentivar esses pacientes a buscar profissionais experientes e que possam entendê-los é da maior importância.

Dicas para ajudar na relação com uma pessoa Borderline

Uma paciente publicou um texto com técnicas que podem ajudar a minimizar desentendimentos.

 

De acordo com o psiquiatra Ivan Mario Braun, Doutor em Medicina pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de São Paulo, quem tem borderline costuma ter uma tendência a ter medo de ser abandonado.

 

A escritora Elise Gordezky é uma pessoa que tem borderline e publicou um texto na plataforma Medium na qual conta algumas maneiras de se comunicar com quem tem essa condição de saúde. É importante dizer que seu relato é particular e não tem o intuito de falar sobre todas as pessoas com borderline. Porém, para quem tem interesse no assunto, esse tipo de informação pode ser bem útil:

Demonstre que você se importa

As pessoas gostam de receber carinho e terem sua importância validada pelos outros. No entanto, de acordo com Elise, para uma pessoa que tem borderline esse tipo de informação é muito importante. Ela conta que muitas pessoas com borderline têm dificuldade em acreditar que as pessoas se importam com elas, caso elas não conversem ou estejam afastadas durante um tempo.

 

De acordo com ela, a distância faz com que um paciente com borderline pensem que os outros não se importam com ela, quando esse tipo de situação acontece. Portanto, ela dá a dica, se você conhece alguém que tem borderline, procure enviar uma mensagem dizendo o quanto ela é importante ou perguntando como ela está. Esse tipo de cuidado pode ajudar a trazer mais confiança para seu ente querido.

 

O psiquiatra Ivan Braum ressalta que pessoas com borderline necessitam sentirem-se amadas e dar vazão às suas frustrações. Portanto, mostrar que ela é importante para você pode fazer muita diferença em seu humor.

Pergunte como estão as coisas

Estar na pele de uma pessoa que tem borderline não é fácil. Isso faz com que esses indivíduos acabem, muitas vezes, internalizando suas questões por sentirem vergonha de quem são.

 

Elise explica que o medo da rejeição é tão forte, que pode ser difícil arriscar se colocar numa posição de vulnerabilidade. Por isso, ela conta que é mais fácil esconder seus sentimentos. “Se eu não me arriscar, não serei rejeitada”, ela conta. No entanto, esse tipo de atitude reforça a solidão e o medo de a pessoa com borderline se sentir envergonhada.

 

É por isso que, perguntar como andam as coisas é uma forma de lembrar ao paciente com borderline que ele é importante e que seus sentimentos também são. É um ato simples, mas que pode significar muito. 

Ao dizer informações difíceis, tenha empatia

Quando você vai ter uma conversa difícil com alguém que você gosta é importante pensar em como dar essa notícia. Com uma pessoa que tem borderline é igualmente importante. Vale ressaltar que pessoas com borderline não são indivíduos que merecem estar fora do convívio social ou que são pessoas fracas. O que acontece é que eles podem ser um pouco mais vulneráveis diante de suas emoções. Portanto, ter atenção no momento de dar uma notícia difícil pode fazer toda a diferença.

 

Elise pede para que antes de dar uma notícia dura a uma pessoa com borderline diga frases de incentivo, como: “Eu me importo com você e quero lhe ajudar em sua jornada”, ou “Imagino que você esteja se sentindo aborrecido e confuso, e entendo que você possa sentir raiva de mim nesse momento”.

 

Depois disso, é possível dividir a informação com mais tranquilidade.

Vale ressaltar que notícias tristes podem ser sempre difíceis de escutar. No entanto, ao validar os sentimentos e a importância de uma pessoa com borderline, pode ser que as chances de essas pessoas não se sentirem humilhados ou colocarem uma importância desproporcional àquela situação aumente.

Algumas palavras podem ter mais sucesso do que outras

Quem já leu coisas sobre pessoas com borderline, provavelmente já viu que elas podem ser chamadas de manipuladoras, abusivas ou malucas e apresentam comportamentos errados, inapropriadas ou ruins.

 

Pessoas com borderline podem ter comportamentos questionáveis, assim como pessoas que não têm esse tipo de transtorno de personalidade. De forma que muitas pessoas que são pacientes com borderline não são abusivos, mas podem apresentar comportamentos inadequados, indelicados e inábeis.

 

Caso você esteja em uma situação abusiva com uma pessoa com borderline é importante buscar ajuda para controlar as coisas da melhor forma possível. Porém, no caso de situações que não sejam abusivas, Elise explica que a escolha das palavras pode fazer uma grande diferença na maneira como uma pessoa com borderline recebe a informação.

 

Em seu texto, Elise cita o estudo da psicóloga Marsha Linehan, que criou um dicionário comportamental sobre pessoas com borderline. Neste guia, ela explica que é mais adequado usar palavras mais específicas, como eficaz, hábil e sábio ou ineficaz, inábil e pouco sábias.

 

Isso porque essas palavras são úteis ao ajudar a separar as pessoas do comportamento. Além disso, são qualidades que podem ser transformadas. Por exemplo, se por acaso uma pessoa estiver em um momento de descontrole, ao invés de dizer que ela está descontrolada pode-se dizer: “Eu vejo que você está chateado (a), mas você está se expressando de uma forma que é ineficaz, que não vai chegar aos resultados que você deseja. Você acha que consegue dizer o que está acontecendo de uma forma mais hábil?”.

Com tudo isso, como lidar com quem tem borderline?

Em função de toda esta instabilidade e tendências à agressividade para com outros e para consigo mesmo, é difícil lidar com alguém que a gente ama e tem borderline. É frequente que os comportamentos desencadeiem sentimentos de frustração, raiva ou tristeza, em quem está próximo.

 

Não existe uma “receita de bolo” para se lidar com alguém com borderline, mas há algumas dicas que podem ajudar:

1. Não leve para o pessoal

Procure não levar para um lado pessoal tudo o que diz alguém com borderline, pois o que ele ou ela fala pode ter outras funções que não magoar você, por exemplo, desviar-se de um assunto delicado sobre o qual se esteja conversando, obter atenção (lembre-se de que a pessoa com borderline precisa muito se sentir amada) ou, simplesmente, dar vazão a alguma frustração.

 

Por outro lado, isto não significa que nunca se deva prestar atenção ao que diz o portador de transtorno borderline pois, apesar de muitas vezes não conseguir expressar-se de modo adequado, suas críticas podem ser verdadeiras: é difícil, mas tente analisar com o máximo de imparcialidade o que você ouve – e, se as críticas forem procedentes, não se esqueça de que mudar seu próprio comportamento pode ser um bom exemplo para a pessoa com borderline.

2. Clareza sempre

Seja claro no que pedir à pessoa com este transtorno: mensagens mais breves, menos carregadas de emoções e objetivas frequentemente facilitam a comunicação. Sermões e argumentações, por outro lado, podem aumentar a irritação e levar a discussões infrutíferas ou mesmo a agressões.

3. Aja com coerência

Seja coerente e consequente no que você espera do indivíduo com borderline: o que você aprova ou o que desaprova não podem ficar constantemente mudando, pois isto tende a aumentar a instabilidade da relação. Se hoje você acha um comportamento aceitável, não a puna amanhã pelo mesmo comportamento e, se agora algo for inaceitável, não deve ser diferente daqui a uma hora.

 

Exemplificando: se sua filha com transtorno de borderline ficar pressionando para você comprar algo para ela e você achar que não deve, mantenha-se firme até o final, senão vai passar a mensagem de que, se ela pressionar o suficiente, você muda de opinião e aí se perde completamente a autoridade. Por outro lado, logicamente, todos podem mudar de opinião e, como escrevi acima, por vezes é inclusive muito bom admitir que você estava errado.

4. Conheça seus limites

Conheça seus próprios limites e os estabeleça: por mais que ame alguém, ultrapassar seus próprios limites, além de trazer sofrimento para você mesmo, pode interferir negativamente em seu relacionamento com a pessoa com borderline. O excesso de dedicação e paciência, além de seus limites, podem levar a raiva e agressões de sua parte ou mesmo a um completo desânimo que vai impedir você de continuar ajudando.

Borderline e situações de crise

Em situações de crises de raiva, agressão ou auto-agressão, procure ter em mente que seu ente querido possui um problema sobre o qual não tem total controle e que também sofre muito por causa disto. Esta postura pode diminuir seus sentimentos de raiva e frustração e ajudar a lidar com a crise.

Cada crise pode ter características e origens diferentes e você precisará, provavelmente, de orientação profissional para aprender a lidar melhor com elas. Aliás, em relação a este aspecto, é importante que você seja atendido por um psicoterapeuta, tanto para aprender a lidar melhor com seu ente querido como para cuidar de si mesmo.

 

Finalmente, não basta aprender a lidar com as crises agudas mas, entendendo suas origens, procurar preveni-las: transtornos de personalidade não têm uma cura propriamente dita, mas é totalmente possível que ao proporcionar um ambiente adequado e ao aprender a lidar com a pessoa portadora de borderline, ela tenha longos períodos de melhora e, com o tempo, os problemas vão se amenizando.

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